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sexta-feira, 3 de março de 2023

Estudo da Parashá Tetsaveh (Ordena)-2022-2023 - O sacerdote, o sacrifício e Yeshua

 


Estudos da Torá

Parashá nº 20 – Tetsavê (Ordena!)

Shemôt/Êxodo Ex 27:20-30:10,

Haftará (Separação) Ez 43:10-27, e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) Mc 5:1-6:56; Hb 13:10-16 e Fp 4:10-20


Tema: O sacerdote, o sacrifício e Yeshua


RELEMBRANDO


No nosso estudo da semana passada vimos o significado de chifre nas Escrituras. E conhecemos como esta palavra tem um entendimento diferente e mais poderoso dentro das Escrituras Sagradas. Essa semana, falaremos sobre a relação que há entre o sacerdote, o sacrifício e Yeshua. Dentro de um estudo claro e conciso sobre esse assunto.

A PARASHÁ DA SEMANA


O resumo dessa parashá no site Chabad diz que, seguindo-se aos mandamentos detalhados da porção da última semana a respeito da construção do Mishkan, a parasha Tetsavê começa com a mitsvá diária dada a Aharon e seus filhos de abastecer a menorá no Mishkan com puro azeite de oliva.

D'us descreve a Moshê as vestes especiais que devem ser usadas pelos Cohanim durante o serviço, tecidas e adornadas com materiais doados pelo povo. Os Cohanim comuns envergavam quatro vestimentas especiais, ao passo que quatro vestes adicionais deveriam ser vestidas exclusivamente pelo Cohen Gadol.

  1. O ketonet – uma túnica longa de linho;

  2. Michnasayim – calções de linho;

  3. Mitznefet ou migba’at – um turbante de linho;

  4. Aynet – uma longa faixa ao redor da cintura. Além disso, o Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) vestia:

  5. O efod, uma veste similar a um avental, feita de lã azul, roxa e vermelha, linho e fios de ouro;

  6. O choshen – um peitoral contendo doze pedras preciosas inscritas com os nomes das doze tribos de Israel;

  7. Me’il – uma capa de lã azul, com sinos de ouro e romãs decorativas na barra;

  8. O tsit – uma placa de ouro usada sobre a testa, com a inscrição "Sagrado para D’us".

A porção da Torá então transfere sua atenção aos mandamentos de D'us referentes ao melu'im, inauguração ritual para o Mishkan recentemente construído, a ser realizada exclusivamente por Moshê por sete dias.

A porção Tetsavê também inclui as instruções detalhadas de D’us para a iniciação de sete dias de Aharon e seus quatro filhos, Nadav, Avihu, Elazar e Itamar no sacerdócio, e pela construção do Altar de Ouro sobre o qual o ketoret (incenso) era queimado. Todas estas ordens são na verdade realizadas na porção conclusiva de Shemot, a Parashat Pekudê.

Estudo do Texto da Parashá


Faça um ornamento de ouro puro e grave sobre ele um selo: “Separado para o Eterno”. Prenda-o ao turbante com o cordão azul, na parte da frente do turbante, sobre a testa de Aharon. Pois Aharon carrega a culpa dos muitos erros cometidos pelo povo de Yisrael na consagração de suas ofertas (feitas) ao Eterno sejam aceitas por ele. Shemot/Ex 28:36-38


Quando estava lendo essa porção e cheguei nessa passagem, algo me chamou atenção. O texto diz que “...Aharon carrega a culpa dos muitos erros cometidos pelo povo de Yisrael…” Imediatamente lembrei que já ouvi muitas vezes algumas pessoas dizerem que Yisrael nunca precisou de mediador, que o Eterno nunca estabeleceu um mediador entre Ele e o povo. Ou então, que não pode haver uma pessoa que carregue a culpa de outros. Porém, pela Torá e pelos profetas vemos que o entendimento no contexto original não é bem assim, e quem fala dessa forma está enganado.

O cristianismo ensinou durante séculos e mais séculos muita coisa errada, em discordância com a Torá e com os profetas. Criou muitos dogmas tirados de meias verdades através de textos fora de contextos, e temos demonstrado isso aqui desde o início desse ciclo de estudos das parashiot. Mas não é apenas o sistema cristão que cria dogmas, há outros sistemas fazendo isso. Atualmente, há os judeus tradicionais e ortodoxos e alguns chamados anti-missionários judeus fazendo isso, e muitos deles eram cristãos que passaram para o judaísmo messiânico e se converteram ao judaísmo tradicional deixando de crer em Yeshua como messias e hoje passam tempo tentando tirar as pessoas do caminho.

Vejamos primeiramente, em ordem, o papel do sacerdote, do sacrifício e qual a relação dessas coisas com o messias Yeshua.


Os Sacerdotes

No mundo antigo, todos os povos possuíam religiões e nelas haviam os líderes que exerciam uma função especial no relacionamento com a divindade. Segundo o artigo “Sacerdócio no Antigo Testamento”, de Philip Jenson, no Manual Bíblico da Sociedade Bíblica do Brasil, da qualidade e honestidade do trabalho dos sacerdotes depende a experiência, mais ou menos positiva, que o povo tem com D’us e até mesmo o nível de vida em Sociedade. O que o autor citado diz, pode ser considerado verdadeiro até certo ponto, já que o sacerdote, conforme veremos mais adiante, é aquele que media, que fica entre D’us e o povo, ele é o mediador. O mediador ou sacerdote deveria sim, ser fiel e justo, deveria ser separado para exercer seu papel. E olha que alguns religiosos costumam dizer que não há a necessidade de mediador. Eles esquecem no entanto, que sempre houve essa figura no meio do povo de Yisrael. Precisamos porém, entender esse significado, e veremos também isso mais adiante.

Em relação ao povo de Yisrael, essas considerações não eram distintas, embora houvessem diferenças significativas em comparação com outros povos. Podemos considerar que os sacerdotes e os levitas eram os responsáveis pela ligação que havia entre o Eterno e o povo de Yisrael.


As funções dos sacerdotes

Quando HaShem chamou os levitas para serem sacerdotes atribuiu-lhes uma série de responsabilidades. Em Devarim/Deuteronômio 33:8-10 podemos ver uma descrição antiga dessas responsabilidades, veja:


A respeito de Levi disse: "O teu Urim e o teu Tumim pertencem ao homem a quem favoreceste. Tu o provaste em Massá; disputaste com ele junto às águas de Meribá. Levi disse do seu pai e da sua mãe: ‘Não tenho consideração por eles’. Não reconheceu os seus irmãos, Nem conheceu os próprios filhos, apesar de que guardaram a tua palavra e observaram a tua aliança. Ele ensina as tuas ordenanças a Jacó e a tua lei a Israel. Ele te oferece incenso e holocaustos completos no teu altar. Deuteronômio 33:8-10


Esses versos se referem à tribo de Levi, que revelou um zelo especial pelo Eterno, conforme lemos em Ex 32:26-29. Mas sabemos através do que nos ensina a Torá oral, conforme temos visto o Rav Yochanan ensinar nos Midrashim proféticos, que a tribo de Levi desde o Egito já era uma tribo fiel ao Eterno, pois não haviam se misturado ao povo daquela terra e nem às suas práticas, em detrimento das demais tribos de Yisrael. Por isso, D’us pediu aos levitas que fossem um exemplo e se tornassem aqueles que guiariam o povo na obediência e na justiça. Eles seriam os mediadores entre o povo e D’us. Seus deveres eram resumidamente os seguintes:

- Ensinar a Torá de HaShem aos demais israelitas. E nisso podemos incluir não apenas instruções éticas mais amplas como podemos ler em Os 4:1-6, mas também decisões a respeito de casos difíceis de natureza ritual e legal, como podemos ver em Dt 17:8-12. Isso foi o que Yeshua fez em toda a sua vida, principalmente nos três anos e meio de ministério rabínico, apesar de não ter sido sacerdote oficial.

- Eles também deveriam cuidar dos lugares sagrados e santuários, o Mishkan (Tabernáculo) e o Beit Hamikdash (Casa da Santidade ou Templo Sagrado), respectivamente. Ali eles ofereciam incenso e sacrifícios ao Eterno em obediência aos mandamentos em favor do povo. Observe bem esse detalhe, eles eram quem ofereciam pelo povo, falaremos sobre isso mais a frente.

- Outra responsabilidade era o Urim e o Tumim, que os cristãos acham que era um meio de se lançar sortes, mas que na verdade era um dos meios do Eterno falar com o sacerdote qual era a sua vontade em determinadas situações. Com isso o Eterno dizia sim ou não para determinadas questões. Eles ficavam no peitoral do sacerdote, e eram usados, muitas vezes por solicitação especial de pessoas ou pelo Rei, quando este foi instituído, de acordo com o que lemos em 1Sm 23:9-12 e 28:6.

É importante notar nesse contexto, que os sacerdotes eram primordiais na vida do povo, e isso não era apenas momentâneo, ou seja, para aqueles tempos, pois é algo profético. Dentro do campo da profecia, entendemos, como vimos até aqui, que o sacerdócio como um grupo distinto tenha surgido no momento em que foi organizada a nação, mas sabemos também, que bem antes disso já haviam sacerdotes como Malktzedek. Além disso, também entendemos que todo o povo de Yisrael foi chamado para ser uma nação sacerdotal conforme lemos em Ex 19:5 e 6 abaixo:


Agora, se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliança, vocês serão o meu tesouro pessoal dentre todas as nações. Embora toda a terra seja minha, vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa’. Essas são as palavras que você dirá aos israelitas". Êxodo 19:5,6


O povo deveria fazer o que os sacerdotes faziam, ensinando às outras nações o conhecimento do Eterno e de sua Torá. Este entendimento da missão e do testemunho se perdeu com o passar do tempo, devido aos excessos de leis humanas, as halachot ou dogmas criados, e também pelas diásporas sofridas pelo povo judeu, mas o messias Yeshua veio ensinar e levar as pessoas a retomarem o propósito. Profeticamente, isso tem se cumprido por meio de todo aquele que vive segundo a vontade do Eterno que é a Torá, quando faz teshuvah verdadeiramente, seguindo os ensinos do messias a respeito das Lei de D’us, e vive nessa prática ensinando aos que decidem também viver nesse caminho. Isso os torna sacerdotes e por isso, também mediadores.


Os sacrifícios

Disse Moisés a Arão: "Venha até o altar e ofereça o seu sacrifício pelo pecado e o seu holocausto, e faça propiciação por você mesmo e pelo povo; ofereça o sacrifício pelo povo e faça propiciação por ele, conforme o Senhor ordenou". Levítico 9:7


Para os sistemas religiosos oferecer sacrifícios era o aspecto central do culto ao Eterno nos tempos passados, porém todas as pessoas da época sabiam do que se tratava, e vemos que os sacrifícios eram apenas parte do culto não o centro dele. Oferecer sacrifícios por si já era o cumprimento de uma vida de obediência, por mais que se errasse no caminho, mas a prática de justiça e vida de obediência diante do Eterno são os verdadeiros sacrifícios.

Por não entender esse aspecto, muitos ficam intrigados e se perguntando, como pode uma prática tão rude e cruel pode aproximar uma pessoa a D’us, e ainda por cima, perdoar pecados? Porém, ao estudarmos o TaNaK e a Brit Hadashá, vulgo Antigo e Novo Testamento, vemos claramente que era desse jeito, e os sacrifícios eram apenas parte do culto. Antes da entrega do sacrifício deveria haver uma prática de justiça e obediência. E caso alguém transgredisse algum mandamento, isto é pecasse, deveria antes haver arrependimento e confissão, para então levar o sacrifício ao sacerdote e encontrar o perdão do Eterno. Nunca foi algo automático bastando levar o animal e pronto, a pessoa estava perdoada.

Segundo o artigo “Sacrifícios” de Nobuyoshi Kiuchi, no já citado Manual Bíblico, podemos ainda verificar pelos textos dos Escritos Nazarenos ou Brit Hadashá que a morte do messias no madeiro é vista como ponto alto do cumprimento de todos os sacrifícios de animais. Porém, sabemos que antes, Yeshua precisou viver uma vida de justiça e obediência a todos os mandamentos que lhe cabiam obedecer, para que fosse aceito pelo Eterno como messias e filho. E para que sua vida fiel pudesse ser um sacrifício perfeito até a morte no madeiro, que não foi o centro, mas fazia parte do processo, uma vez que precisa haver derramamento de sangue para haver remissão de pecados. Sabemos também, que sangue é vida, e a vida justa do messias que obedeceu e ensinou a obedecer durante todo seu tempo, foi sendo derramada no altar de HaShem muito antes do dia da sua morte. Por isso, no fim ela foi aceita como sacrifício. Dessa forma, vemos como é importante entendermos a função dos sacrifícios na cultura dos servos do Eterno. As nossas vidas em justiça hoje também são sacrifícios diante do Eterno.

Note que no passado as pessoas viviam da agricultura e da criação dos seus animais, que eram muito valiosos. Não era tão comum na época como é hoje, as pessoas comerem carne, pois teriam que matar um de seus animais, por isso somente em ocasiões especiais eles o faziam. Por exemplo, quando recebiam uma visita importante, como lemos em 2Sm 12:1-6, por ocasião de um casamento ou pelas moedim (encontros/festas) do Eterno como a de Pessach, e isso era um custo considerável para a pessoa. Por isso, ao oferecer um sacrifício, a pessoa estava, por assim dizer, acolhendo o convidado mais importante que se poderia imaginar: o próprio Eterno, Baruch HaShem!

O que se oferecia em sacrifício era a comida que se daria a um convidado de honra. Podemos notar que a Torá dá ênfase à forma como os sacrifícios diversos eram oferecidos, e também mostra que cada um deles era acompanhado de cereais, em forma de grãos, farinha ou o pão mesmo, e por libação, uma oferta de vinho, que era derramado no chão do altar, conforme Nm 15:1-12. Você consegue ver algum paralelo aqui? Vinho derramado no chão do altar, e sangue derramado no chão onde foi posto o madeiro? Portanto, um sacrifício era uma refeição especial preparada em honra do Criador.

Entende agora, porque ensinamos que é preciso dar o nosso melhor quando vamos obedecer aos mandamentos do shabat e das moedim? O motivo de dizermos que nossas mesas são como verdadeiros altares e quando colocamos os alimentos nelas para celebrarmos ao Eterno estamos expressando nossa vida justa em exemplo ao que o messias Yeshua fez? Esse é o princípio dos sacrifícios, mostra a vida de obediência ao Eterno. Nossas vidas por si só já são sacrifícios vivos, assim como a de Yeshua foi. Ainda que alguns religiosos e anti-missionários digam que não, a Torá nos dá exemplos de sobra para compreendermos isso de forma clara.


Como Yeshua pode ser sacrifício se o Eterno não aceita sacrifício humano?

Oferecer seres humanos, especificamente crianças, em holocausto a uma divindade, é uma das práticas pagãs mais antigas da história, e abomináveis para o Eterno, conforme vários textos das Sagradas Escrituras. Este é um dos principais problemas apresentados pela maioria dos Judeus praticantes que não crêem que Yeshua seja o Messias, e também por anti-missionários:

Como é que Yeshua pode ter protagonizado um sacrifício pelo pecado quando o Eterno se opõe ao sacrifício humano na Sua Lei?”  Normalmente reforçam esse argumento citando passagens como estas:


E da tua semente não darás para a fazer passar pelo fogo perante Moloque; e não profanarás o nome de teu Elohim. Eu sou o Eterno. Levítico 18:21


Falou mais o Eterno a Moshê, dizendo: Também dirás aos filhos de Yisrael: Qualquer que, dos filhos de Yisrael ou dos estrangeiros que peregrinam em Yisrael, der da sua semente a Moloque, certamente morrerá; o povo da terra o apedrejará com pedras. E eu porei a minha face contra esse homem e o extirparei do meio do seu povo, porquanto deu da sua semente a Moloque, para contaminar o meu santuário e profanar o meu santo nome. E, se o povo da terra de alguma maneira esconder os olhos daquele homem que houver dado da sua semente a Moloque e o não matar, então, eu porei a minha face contra aquele homem e contra a sua família e o extirparei do meio do seu povo, com todos os que se prostituem após ele, prostituindo-se após Moloque. Levítico 20:1-5


Assim não farás ao Eterno, teu Elohim, porque tudo o que é abominável ao Eterno e que ele aborrece fizeram eles a seus deuses, pois até seus filhos e suas filhas queimaram com fogo aos seus deuses. Deuteronômio 12:31


Os textos como estes, que normalmente são utilizados para tentar desacreditar a validade do sacrifício de Yeshua, são forçosamente aplicados, quando na realidade são situações totalmente distintas. Nesses textos, o Eterno condena uma prática pagã, de sacrificar os filhos no fogo como ato de adoração a uma divindade, ou seja, em um culto idolátrico. Nunca o Eterno ordenou tão abominável prática, ele disse para não “O adorarmos da mesma forma que os pagãos adoravam aos seus deuses.”


Conforme lemos no site Emunah a fé dos santos, o que aconteceu na morte de Yeshua, foi totalmente distinto. Foi o plano divino (e por isso perfeito) que o Eterno traçou (não os homens), para que todo aquele que crê não pereça, mas tenha a vida Eterna. Nos sacrifícios a Moloque, os pagãos mataram um número incontável dos seus filhos como demonstração de devoção a um deus.

No sacrifício de Yeshua, é o Eterno que demonstra o seu amor por aqueles que obedecem a seus mandamentos, e que através do sacrifício de Yeshua, demonstra que mais ninguém terá que passar pela morte (a segunda), contando que creiam e vivam na obediência da Perfeição dos Seus planos, e estejam debaixo da tutela daquele que foi foi enviado, Yeshua o messias. Veja os textos abaixo:


Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Eterno. Isaías 55:8


Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Elohim! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Porque quem compreendeu o intento do Eterno? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por Ele, e para Ele são todas as coisas; Louvem-no, pois, a Ele eternamente. Amén! Romanos 11:33-36 


Vamos ver um estudo ministrado na Kahal Teshuvah Brasil, pelo Rav Yochanan falando exatamento sobre esse entendimento.


Analogia entre Sacrifício Animal e o Sacrifício de Yeshua

As pessoas como disse acima dizem que o Eterno não aceita sacrifícios humanos. E com isso dizem que ele não aceitou a morte de Yeshua.

O Grande problema é a falta de entendimento a respeito do ritual de sacrifício e de seus contextos, conforme mencionamos anteriormente. O sacrifício de animais foi estipulado como algo provisório até que Yeshua nascesse no 4° milênio.

Nos Tempos de Yeshua 7 Casais receberam a Promessa de que seu filho seria o Mashiach. Quando aconteceu o pecado de Adam uma palavra teria que se cumprir "Se comeres (desobedeceres) morrerás". E se cumpriu, pois Adam morreu literalmente, após comer o fruto do conhecimento do bem e do mal. Por isso devemos ir com calma, pois o conhecimento pode trazer vida e também morte. O conhecimento é remédio mas também pode ser veneno.

Depois de 3 dias e 3 noites O Eterno trouxe Adam a Vida novamente já com o corpo de carne. A morte deveria ser Eterna e Adam deixaria de existir após o 4° dia. Por isso, todos os que rejeitam a Yeshua (que veio no 4° milênio) praticamente não existem para o Eterno. Após o ato de Chessed (Graça/ misericórdia) de trazer Adam a Vida o Eterno traçou um plano de redenção. Ele sabia que a Humanidade que sairia tanto de Adam como dos 70 casais que também foram ressuscitados um dia depois, segundo a Torá oral, teria a natureza pecaminosa (Yetzer Hará acordada e livre). Então Ele criou o ritual de sacrifícios, aonde uma vida substitui a outra.

Vida por vida, um inocente morre no lugar de um culpado. No ritual de sacrifício era substituída a culpa enquanto ambos estavam frente um ao outro e vivos. Antes de morrer o animal recebia toda a culpa do culpado sobre si. Se você maltrata um animal ou não cuida dele de forma amorosa ele não vai querer estar perto de você. O ritual do sacrifício não era fácil, era muito doloroso, mais para o homem que ficava vivo, do que para o animalzinho.

O Eterno fez dessa forma para que o pecador se arrependa e não volte a pecar. O Eterno não deseja e nunca desejou sacrifícios humanos e nem de animais. Ele aceita vidas justas. Todos os anos no Yom Kippur nós somos o 2° Bode que carrega o sangue do 1° Bode (Yeshua) que é levado ao deserto e degolado pendurado em uma árvore. O 2° Bode também era degolado. A Torah Oral diz que o 2° Bode durante o período que o povo passou no deserto sempre foi degolado na terra de Moriá, aonde Avraham apresentou a vida de Yitschak. Uma curiosidade. A caminhada do homem que levava o 2° Bode demorava 6 dias. Somente o Sumo Sacerdote e o homem recebiam as ordens. Muita coisa o Judaísmo omite por não querer relacionar a Torah com Yeshua.

Quando o Bode subia em uma árvore seca em Moria ele era amarrado pelos chifres. Os bodes daqueles tempos eram animais selvagens, já costumavam subir em árvores. Então o homem o prendia e o degolava. O Bode ou Carneiro que estava preso pelos chifres na hora do sacrifício de Yitschak estava preso em uma árvore. Sabem qual árvore era? Uma figueira seca.

A Figueira representa as nações e o bode representa Yeshua. Então temos Yeshua preso nas Nações. Esses detalhes que vem do povo de Yisrael são o que fazem muita diferença no entendimento. Haviam muitos bodes selvagens na terra de Moriá. Hoje não é diferente, os bodes, que são os gentios, estão se achegando ao monte Moriá, que é um apontamento para o Povo de Yisrael. O Povo que ficou no deserto 40 anos andando em círculos por conta do pecado do bezerro de ouro, estavam a 6 dias de Canaã e não sabia. Por isso Shaul (apóstolo Paulo) escreveu que nós somos levados ao madeiro junto com Yeshua. Ele conhecia o contexto da Torah oral, que o gentio está preso na Figueira Seca (Nações) para ser depois a expiação dos seus irmãos perdidos. A Torah oral diz que após o sacrifício do carneiro no lugar de Yitschak a Árvore que prendia o bichinho floresceu.


Dias virão em que Yaakov lançará raízes, e florescerá e brotará Yisrael, e encherão de fruto a face do mundo. Isaías 27:6


Falar mal de Yeshua é cometer blasfêmia contra o Ruach Hakodesh que pairava sobre ele com sua plenitude. Vejam esse outro exemplo:


E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. Miqueias 5:2


Belém Efrata é o apontamento para o pequeno rebanho sacerdotal de milhares de judeus poucos serão reis. As saídas desde os tempos da eternidade aponta para ressurreição. Quando as pessoas forem ressuscitadas perceberão que dormiram centenas de anos. E essa ressurreição se dará por causa da confiança na justiça de Yeshua como messias, ou seja, em seu ato expiatório e mediador para com o Eterno e os homens.

Então, quando alguns dizem que o Eterno nunca aceitou sacrifícios humanos como expiação estão enganados e não conhecem bem o contexto das Escrituras. Vejam os seguintes textos do TaNaK que contradizem totalmente essa presunção, observe Números 25:1-13.

Note como essa passagem diz claramente que o Eterno mandou matar aos chefes do povo como "expiação" pelo pecado de idolatria que o povo de Yisrael tinha cometido com as mulheres moabitas. Depois de matar a todas aquelas pessoas responsáveis pela idolatria, a Praga destruidora cessou, indicando que a justiça divina havia sido satisfeita.

O próximo exemplo é o mais dramático de todos, porque quem estes homens sacrificaram em "expiação" eram israelitas inocentes. Veja em 2 Samuel 21:1-14:

Nesta passagem vemos um feito singular e muito pouco conhecido: Os israelitas pegaram sete pessoas como sacrifício expiatório pela culpa do povo de Yisrael, por Shaul (Saul) ter matado os gibeonitas. A frase "diante do Eterno" significa que aquele sacrifício humano foi oferecido ao Eterno. Não há registro de que o Criador desaprovou esse sacrifício humano em particular; porque realmente se tratava de uma morte expiatória.

Talvez você possa dizer, mas aquilo não foi sacrifício, foi ato de justiça pelo que o rei Saul fez. Por isso disse antes que o culto ao Eterno não está centrado no sacrifício em si. Perceba que, com a norte daquelas sete pessoas se pagava pela culpa dos que mataram aos gibeonitas, e a fome cessou e a oração dos filhos de Yisrael voltou a ser ouvida. Isso é expiação! E é obvio que isto foi aceito pelo Criador, porque assim indica a frase "Diante do Eterno".

E então não ha sentido expiatório da mesma forma que foi concedida pela norte do Nazareno? Claro que sim. Este mesmo é o sentido que tem a norte de Yeshua Ha Mashiach pelos culpados do seu povo. Sua morte foi uma morte expiatória, infligida pelos líderes de seu povo (por mão dos romanos), em favor dos pecados do seu povo, para que eles sejam livres da culpa diante do Eterno.

Assim, o argumento rabínico e anti-missionário de que o sacrifício de Yeshua não podia ser aceitado pelo Criador é sem fundamento ante a evidencia da própria Escritura Judaica no TaNaK. Além do mais os comentários dos Judeus Ortodoxos sobre a Torah e o Talmud, varias vezes afirmam no sentido de que " a morte de um Tzadik" (um justo) tem méritos que um pode invocar em oração para o perdão de seus pecados. E se isto é assim, então a morte de um justo, quanto mais não será a morte dEle o Justo?

Antes de concluir, lembremos que os sacerdotes eram apontamentos para Yeshua e seus seguidores como mediadores, mesmo que muitos dizem que não havia mediação entre D’us e o povo de Yisrael, as Escrituras provam o contrário. Também os sacrifícios apontavam para a vida justa do messias. Yeshua cumpriu plenamente em toda a sua vida e morte tudo o que está na Torá. E continuará a cumprir quando retornar. Muito mais há sobre esse assunto para se estudar, em minhas pesquisas deixei muita coisa para trás, pois nosso tempo aqui me exige que faça um resumo, mas te garanto que se procurar mais achará mais coisas importantes a serem aprendidas. Neste estudo dei apenas uma pequena parte.

Que cada um de nós possa compreender claramente a ligação que há entre o sacerdote, o sacrifício e Yeshua. E possamos compreender além do que os escritores nazarenos nos disseram, através da revelação do Ruach HaKodesh que nos mostra na Torá e nos profetas e nos faz ligar a eles esses escritos sobre o messias. E assim, tenhamos mais compreensão.


Que HaShem lhes abençoe!


Pr. Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)



Bibliografia:


- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer

- Dicionário Português-Hebraico e Hebraico-Português, Abraham Hartzamri e Shoshana More-Hartzamri, Editora Sêfer

- Manual Bíblico da Sociedade Bíblica do Brasil, 2008, SBB.

- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/771027/jewish/Resumo-da-Parash.htm

- O Eterno aceitou sacrifício humano? Rav Yochanah, Kahal Teshuvah Brasil

- Analogia entre o sacrifício animal e o sacrifício de Yeshua. Rav Yochanan, Kahal Teshuvah Brasil


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