Páginas

Boas Vindas

Seja Bem Vindo e Aproveite ao Máximo!
Curta, Divulgue, Compartilhe e se desejar comente.
Que o Eterno o abençoe!!

sábado, 21 de setembro de 2019

Estudo da Parashá Ki Tavô (Quando saíres)


Estudos da Torá

Parashá nº 50 – Ki Tavô (Quando entrares)
Devarim/Deuteronômio Dt 26:1-29:9
Haftará (Separação) Is 60:1-22; e
B’rit Hadashah (Nova Aliança) Jo 13:1-15:27.


1 - INTRODUÇÃO
No estudo da parashá dessa semana veremos mais uma parte do discurso de Moshê ensinando e fazendo o povo relembrar as leis e mandamentos do Eterno, para que vivessem segundo sua vontade. Nessa porção estudaremos sobre a mitsvá (mandamento) anual aos fazendeiros de Israel para que trouxessem seus bikurim (primícias/primeiros frutos) ao sacerdote no templo, reconhecendo o importante papel do Eterno na provisão de seu sustento, e qual a importância desses mandamentos para cada um de nós.

2 - ESTUDO DAS PALAVRAS
Quando entrares na terra que YHWH, teu Elohim, te dá por herança, ao possuí-la e nela habitares, tomarás das primícias de todos os frutos do solo que recolheres da terra que te dá YHWH, teu Elohim, e as porás num cesto, e irás ao lugar que YHWH, teu Deus, escolher para ali fazer habitar o seu nome.” Dt 26:1-2

Moshê trás à memória do povo que eles deveriam levar as primícias de sua colheita “ao lugar”(ha makon) que Adonai escolher. A lembrança desse mandamento ao povo de Israel tinha o objetivo de que eles tivessem claro em sua mente, que a terra era dada a eles em herança, por Adonai. Ou seja, assim como o Eterno criou todas as coisas, criou também Israel, e dessa forma está mostrando ao povo que tem condições de dar a Israel a terra de herança, bem como o que eles necessitam para viver. A palavra “herança” vem do termo hebraico “nahala” que significa também “legado, possessão”. Essa palavra tem em si o entendimento do que é ou pode ser passado adiante como herança. O interessante aqui é que percebemos que Israel é o único país do mundo que tem suas fronteiras demarcadas pelo próprio D’us. Por isso ele tem direito à posse da terra, de habitar e existir ali. Sendo assim, e sabendo que a Palavra de Adonai não pode ser anulada, percebemos que como isso é profético, pois aponta para o futuro, onde Israel retomará todas as suas antigas fronteiras e com isso, tenha outra vez autonomia sobre a terra que lhe fora dada por herança física pelo próprio criador.

Retornando à questão da oferta, lemos que enquanto estivessem ali, eles deveriam trazer suas “primícias” ao Eterno, “no lugar” (ha makon) que Ele escolheria para ali habitar seu nome. Isso mostra duas idéias importantes, que são as “primícias” e “o lugar”.

Em primeiro lugar falemos sobre as primícias, que nesse texto surge como “laqesh”, significando colheita tardia, isto é, colheita da primavera. Com certeza é uma referência à bikurim (primícias) que ocorre no segundo dia de pessach. Mas de onde isso viria? O termo “laqesh” tem sua raiz no termo “malkôsh” significando “últimas chuvas, chuvas de primavera”. Sabendo que o período de chuvas em Israel vai de dezembro à março, quando caem as chuvas tardias (serôdias - Jr 5:24, Os 6:3, Jl 2:23), elas se estendem até abril, que é a época da festa de pessach, matzot e bikurim, por isso caracteriza o evento. A palavra usada para designar “primícias” em hebraico é “reshit” que significa “primeiro, princípio, melhor (de um grupo)” E esta palavra vem da raiz “ro’sh” que por sua vez significa “cabeça, pico, cume, parte superior, chefe, total, soma”. Com isso, devemos entender que tais frutos deveriam ser, além dos primeiros, os melhores, provenientes da terra que o Eterno lhes dera.

E essas primícias de suas plantações deveriam ser levadas “ao lugar” que o Eterno escolheria para ali fazer “habitar” seu nome. Isso é uma referência ao templo construído por Salomão, no Monte Sião. E também aqui notamos dois fatores importantes, a palavra “habitar” vem do hebraico “shakan” que também significa “tabernacular”. Esta palavra indica uma “morada provisória”, e sabemos que mesmo o templo, cuja construção foi tão esmerada e demorada, foi considerada pelo Eterno como uma “habitação temporária”, pois seu projeto seria habitar dentro do Tabernáculo que Ele mesmo construiu, ou seja, o homem, onde habitaria para sempre o seu nome.

Com tudo isso, podemos perceber como o Eterno é didático no que faz, pois os seus servos são identificados por seu nome, pois somos chamados “messiânicos” (pertencentes ao messias), e o próprio povo de Israel traz em seu nome um dos nomes de D’us - El - que o une, identifica, ao Eterno.

Ainda sobre esta oferta, ela também é mencionada em Ex 23:19 e 34:26, com o termo “bikurey”, onde lemos:

As primícias (reshit) dos primeiros frutos (bikurim) da tua terra trarás à Casa de YHWH”.

Percebemos que o propósito de entregar os primeiros frutos, que são os mais apreciados, é demonstrar ao Eterno que Ele é o primeiro nas nossas vidas. Entenda que, quando os primeiros frutos começavam a brotar, eram marcados com um fiozinho, e assim poderiam ser observados. Quando amadureciam eram levados ao santuário entre Shavuot (semanas ou pentecostes) e Sokkot (tabernáculos).

Segundo o site “emunah a fé dos santos”, na época do Templo, famílias inteiras costumavam ir juntas a Jerusalém, encontramos isso em Lc 2:42-46, e ao se aproximarem da cidade as pessoas saíam a recebê-los com gritos de alegria e com toques de flautas. Os levitas cantavam o Salmo 30 (que é uma referência à ressurreição do Messias, a qual é simbolizada nas primicias, “bikurim”).

Talvez você possa se perguntar o que tem com tudo isso, uma vez que não é judeu. Além de pertencer a Israel, por causa do que o Messias Yeshua fez, a Torá nos orienta a agirmos como se nós fossemos quem viveu todo o episódio de libertação, assim como em Pessach.

Virás ao que, naqueles dias, for sacerdote e lhe dirás: Hoje, declaro a YHWH, teu Deus, que entrei na terra que YHWH, sob juramento, prometeu dar a nossos pais.” Dt 26:3

Este verso nos ensina a respeito da importância da identificação nacional e histórica com o povo de Israel. Todas as pessoas que faziam esta declaração no templo não tinham entrado fisicamente na terra, mas eram descendentes ou não deles, por pertencer ao povo deles, cada judeu/israelita terá que se identificar com esse fato como se ele mesmo tivesse vivido.

Então, testificarás perante YHWH teu Elohim, e dirás: Arameu prestes a perecer foi meu pai, e desceu para o Egito, e ali viveu como estrangeiro com pouca gente; e ali veio a ser nação grande, forte e numerosa. Dt 26:5

Vejamos agora, como sempre temos dito, como a Torá é profética, ao contrário do que muitos pensam.

Arã foi o quinto filho de Sem, cf. Gênesis 10:22, e não é ancestral de Abraão, mas sim o terceiro filho de Sem, Arfaxade. Como é que então aqui neste verso nos é dito que o pai dos israelitas foi um arameu? Labão foi chamado “arameu”, cf. Gênesis 25:19-20; 28:5. Ele tampouco foi descendente de Arã. Ao que parece, eram chamados arameus porque viviam em Padã-Arã. O pai de Labão, Betuel, e Isaque eram primos. A filha de Betuel foi Rebeca. Logo Isaque casou com a filha de seu primo. O irmão de Rebeca foi Labão, chamado “o arameu”. Mas não vinha desse Arã mencionado em Gênesis 10. Um dos irmãos de Betuel, Kemuel, é chamado o pai de Arã. Esse outro Arã, era portanto primo de Labão. Jacob e esse outro Arã, eram então primos em segundo grau.
É provável que os descendentes de Arã em Gênesis 10 tenham povoado a terra chamada Padã-Arã. Esse Arã que na maior parte das vezes é mencionado nas Escrituras é a terra que hoje em dia se chama Síria. Padã-Arã é mais a norte, cruzando o rio, na Mesopotânia. É provável que Labão fosse chamado arameu pelo facto de falar em arameu e habitar nessa área, ainda que não fosse descendente de Arã, filho de Sem. Segundo Gênesis 31:47, Labão falava o idioma arameu.

Como é que Yaacov (Israel) foi chamado arameu na Torá? (Abraão foi chamado “hebreu”, não “arameu”), como vamos entender essa oração?

A tradução Peshita diz “meu pai foi enviado a Arã”, referindo-se a Jacob que foi enviado à terra onde estava Labão. Outra tradução diz: “um aramita (tentou) destruir o meu pai”. Outra tradução diz: “um arameu quis fazer perecer o meu pai” (Chumash HaMerkaz). Outra tradução diz: “um arameu a ponto de perecer foi meu pai”: Ainda outra diz: “Um aramí era a perdição do meu ancestral”.

Se entendermos a palavra como se Yaacov fosse arameu por viver na terra geográfica de Padã-Arã onde passou vinte anos da sua vida; é provável que por ter ali morado tanto tempo, que tenha sido chamado arameu, tal como Labão que habitava nessa terra, sem necessariamente ser descendente de Arã, filho de Sem.

A razão pela qual Yaacov não é chamado hebreu, mas sim arameu, é para nos demonstrar que a descendência de Abraão, e Isaque é mais profética do que biológica.
Segundo Rashí, a palavra “arameu”, não se refere a Yaacov, mas sim a Labão que quis destruir Yaacov, como constatamos em algumas das traduções.

Bibliografia:

- Torá - Lei de Moisés. Editora Sefer
- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.
- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/
- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/50_-_ki_tav_quando_chegares.pdf
- http://shemaysrael.com/parasha-ki-tavo/
- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/822839/jewish/Resumo-da-Parash.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário