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domingo, 31 de julho de 2022

Mateus 5 - Parte 3

 


Estudo de Mateus 5 – Parte 3


Mt 5:17-26


O propósito desse estudo é continuar a trazer mais entendimento a respeito do que o messias Yeshua ensinou e mostrar que todos os seus ensinos tinham como base as Escrituras Sagradas, ou seja, em sua época o TaNaK (Torá, Neviím-profetas e os Ketuvim-escritos). Mostrar que nada era meramente inventado para um suposto Novo Testamento que anularia os mandamentos do Eterno trazendo novos. Esses pensamentos advém de ensinos errados criados para dar base a dogmas inventados que nada tem com as Escrituras. Por isso mostraremos aqui os princípios claros e escriturísticos das palavras do mestre da Galil (Galiléia), Yeshua Natseret, HaMashiach.


Se você ainda não viu os estudos anteriores recomendo buscar e acessá-los para maior absorção do conteúdo, principalmente em relação ao capítulo 5, que estamos estudando, as partes 1 e 2 trouxeram muitos entendimentos importantes.


Recapitulando

Vimos nos estudos anteriores que ao lermos ou ouvirmos sobre o Sermão do Monte lembramos das chamadas “bem-aventuranças”, mas ensinamos que esta parte é apenas o começo do ensino de Yeshua naquela ocasião, e que ele abrange do capítulo 5 ao 7, e que tradicionalmente, se divide em seções de ensinos. As “ bem-aventuranças” são apenas a primeira das 5 seções mencionadas anteriormente, a segunda seção vemos Yeshua comparar os talmidim com o sal e com a luz. E vimos como os servos do Eterno, que desejam fazer parte do Reino devem viver, bem como também as consequências de ser desse reino e as suas obrigações e responsabilidades para com as pessoas deste mundo. Agora vejamos a próxima seção, a terceira, que vai de Mt 5:17-48, em mais alguns versos desse sermão ou ensino de Yeshua, junto com o que ele pretendia ensinar aos talmidim e aos ouvintes, e também a nós que o seguimos.


Façamos a leitura do Evangelho de Mateus 5:17-26 e depois, como sempre fazemos comentaremos os versos específicos com seus entendimentos corretos.


Nesta terceira seção, Yeshua deu aos talmidim uma profunda perspectiva sobre a Torá de HaShem. Esta seção é também muito mal compreendida no sistema religioso, pois muitos acham que Yeshua aqui está trazendo ensinamento contrário à Torá devido às supostas “antíteses (oposições)” mencionadas pelo messias ao apresentar casos que aparentemente são contraditórios, mas veremos que ele estava na verdade ensinando a mais pura Torá do Eterno.


Nem um Yud ou um traço da Torá


Não pensem que vim abolir a Torah ou os Profetas. Não vim abolir, mas completar. Sim, é verdade! Digo a vocês: até que os céus e a terra passem, nem mesmo um yud ou um traço da Torah passará – não até que todas as coisas que precisam acontecer tenham ocorrido. Portanto, quem desobedecer à menor dessas mitzvot e ensinar outras pessoas a agirem da mesma forma será chamado ‘menor’ no Reino do Céu. Mas quem obedecer a elas e ensinar dessa forma será chamado ‘maior’ no Reino do Céu. Pois eu lhes digo: a menos que sua justiça seja muito maior que a dos Mestre da Torá (escribas) e dos p’rushim (fariseus), vocês não entrarão no Reino do Céu! Mattityahu/Mateus 5:17 e 20, Bíblia Judaica Completa – BJC.


Qual é o ensinamento que Yeshua queria passar com essa declaração? O que Yeshua estava sugerindo sobre as atitudes dos fariseus em relação à Torá?


O mestre estava ensinando sobre a verdadeira obediência à Torá. Veja, Yeshua inicia dando a certeza de que ele não veio “abolir a Torá e os profetas” (Mt 5:17). Para muitos estudiosos das Escrituras Sagradas a menção “Torá e Profetas” é uma referência direta a todo o TaNaK, ou seja, as Escrituras da época, conhecida hoje como Antigo Testamento (ver Mat. 7:12; 11:13; 22:40; Lucas 16:16; Atos 13:15; 24:14; Rom. 3:21).


Essa é uma das maiores declarações do messias, mostrando que a Torá permanece em vigor. Yeshua deixa claro que não veio abolir, mas para cumpri-la ou para torná-la plena. Acontece que muitos não compreendem o que Yeshua está falando, por não conhecerem a cultura da época. Ao falar desse jeito ele estava utilizando expressões idiomáticas de sua época e região. No primeiro século, quando um indivíduo ensinava a Torá de forma incorreta, era dito que este indivíduo estava “abolindo” a Torá. E de fato, se alguém distorce a Palavra de HaShem aponto de mudar seu sentido, ele a está invalidando. Não quer dizer que ela tenha realmente perdido seu valor e sentido, mas que para o indivíduo sim. E isso acontece também atualmente, vários líderes religiosos ensinam erroneamente muitas coisas que são contrárias às Escrituras. Como por exemplo, ensinar que a Bíblia autoriza a prática homossexual, e este ensino antibíblico termina invalidando, na prática, o preceito da Torá que proíbe tais práticas encontradas em Vayikrá/Levítico 18:22 e 20:13. Assim, nessa passagem de Mateus que estamos estudando, a palavra “abolir” significa ensinamento contrário à Torá, tornando-a inválida, por outro lado, “cumprir” carrega o sentido de instruir corretamente de acordo com a Torá, e confirmaremos isso no restante do discurso de Yeshua.


Cabe ressaltar que essa dicotomia “cumprir” e “abolir” é explicada pelo rabino James Trimm, conforme podemos notar a seguir:

Para começar, deve-se saber que essa referência a ‘cumprir a Torá versus ‘destruir’ a Torá é realmente uma utilização comum de uma expressão hebraica usada ainda hoje por rabinos nas yeshivot (escolas rabínicas). ‘Cumprir’ a Torá é uma expressão que significa ensinar o significado da Torá e observá-lo corretamente, este é o verdadeiro significado para se cumprir. Enquanto ‘destruir’ a Torá é uma expressão que significa ensinar de forma incorreta o significado da Torá e/ou violar a Torá. Isto é destruir o verdadeiro significado da Torá. Ainda hoje nas yeshivot e nos Batei Midrash, os rabinos entram em debates acalorados um com outro, batendo um punho na mesa e declarando: ‘você destruiu a Torá’, ou elogiando outro rabino dizendo: ‘você cumpriu a Torá’. Vale ressaltar que nos próximos versículos Yeshua pesa sobre as controvérsias sobre a interpretação de vários mandamentos da Torá e nos dá o seu significado verdadeiro e correto, então, o uso de Yeshua do termo ‘cumprir a lei’ versus ‘destruir a lei’ é totalmente de acordo com o normal uso idiomático da língua hebraica para esses termos.” (What do you Mean...Yeshua “Fulfilled the Law”? - O que você quer dizer... Yeshua “cumpriu a Lei”? (Mt 5:17).


Podemos então inferir que, as palavras de Yeshua poderiam ser interpretadas da seguinte forma: “Não vim ensinar incorretamente a Torá, mas para ensinar a Torá de forma correta.” Por isso, apesar de que seus opositores afirmavam e ainda afirmam que Yeshua ensinava contra a Torá, o livro que revela a vontade de seu Pai, vemos que isso não é verdade. E que era justamente o oposto, ele ensinava a cumprir. E isso estava de acordo com uma das profecias messiânicas em Isaías:


"Eis o meu servo, a quem sustento, o meu escolhido, em quem tenho prazer. Porei nele o meu Espírito, e ele trará justiça às nações. Não gritará nem clamará, nem erguerá a voz nas ruas. Não quebrará o caniço rachado, e não apagará o pavio fumegante. Com fidelidade fará justiça;” Is 42:1-3


Veja como Isaías deixa claro o caráter e fidelidade do messias. A referência ao caniço rachado e ao pavio fumegante é uma alusão à Torá e aos profetas, respectivamente. Caniço é apontamento para régua de medir que é a Torá, e pavio fumegante é um apontamento para os profetas.

A palavra usada para “cumprir” (plerosai) utilizada na maioria das versões, significa literalmente, “preencher” ou “completar”, como a versão Judaica Completa traduz. Tem em si o sentido de “encher até borda”. Há duas maneiras de compreender este uso do verbo cumprir. Uma é colocar a ênfase em Yeshua como sendo o cumprimento das Escrituras conforme vimos na profecia mencionada antes. No entanto, a chave para se entender este texto encontra-se no seu contexto imediato, que mostra que Yeshua não veio para destruir as Escrituras Hebraicas, mas para revelar a sua essência interior, conforme já falamos.


Depois de ter esclarecido a sua intenção principal, Yeshua passou a ênfase da Torá e do TaNaK em geral para as Asserat HaDevarim, conhecido como os Dez Mandamentos, em particular, veja que a partir do verso 21 o texto mostra o mestre sendo bem específico. Pois sabia que um dia, as pessoas iriam acusá-lo de abolir ao Decálogo. Ele advertiu que, enquanto existissem Céu e Terra, a Lei continuaria a existir até que “tudo seja cumprido”, conforme Mt. 5:18. Com esta afirmação, Yeshua confirmou a perpetuidade da Lei em todos os seus aspectos, veja o contexto que segue, e o cumprimento profético/messiânico na Pessoa do Mashiach, dizendo: “até que todas as coisas que precisam acontecer tenham ocorrido”, no verso 18.


Realmente, a Lei é tão importante que todos os que violam os seus preceitos serão chamados “os menores no reino”, conforme lemos no verso 19. Esta é apenas uma maneira profética de dizer que esses chamados menores não estarão ou não serão vistos no Reino. Assim como, aqueles que vivem pela Lei estarão ou serão vistos no Reino. Yeshua estava salientando que não estava promovendo a justiça oca e cheia de dogmas ou halachot dos escribas e Fariseus, mas, em vez disso, ensinava uma justiça que brota de um coração que ama a D’us, e que procura fazer a Sua vontade, o primeiro dos mandamentos.


Assassinato


Vocês ouviram o que foi aos nossos pais: ‘Não assassine’, e quem cometer assassinato estará sujeito a julgamento. Mas eu lhes digo: quem demonstrar ira contra seu irmão estará sujeito a julgamento. Quem chamar seu irmão de ‘imprestável’ será trazido perante o Sanhedrin; e quem disser ‘tolo’ incorre na penalidade de queimar no fogo do Gei-Hinnom! Portanto, se você apresentar uma oferta no altar do templo e ali se lembrar de que seu irmão tem algo contra você, deixe sua oferta junto do altar e faça as pazes com seu irmão. Então, volte e apresente sua oferta. Se alguém processar você, chegue rapidamente a um acordo com ele, enquanto ambos estão a caminho do tribunal; caso contrário, ele poderá entregá-lo ao juiz, e o juiz, ao oficial do tribunal, e você será lançado na cadeia! Sim, é verdade! Digo-lhe que você certamente não sairá até pagar o último centavo.” Mt 5:21-26


Depois de mostrar aos talmidim que suas intenções eram defender a Torá, Yeshua começou a explicar como a justiça de alguém excede a dos escribas e Fariseus. Iniciou citando o sexto mandamento conforme lemos nos seguintes textos


Não assassinarás”. Sh’mot/Êxodo. 20:13, assim como também em D’varim/Deuterômio 5:17.


Yeshua resumiu, com base em outros textos da Torá, ligou com um midrash (ensino), sobre o castigo dessa transgressão como lemos nos textos a seguir:


"Quem ferir um homem, vindo a matá-lo, terá que ser executado.” Sh’mot/Êxodo 21:12, assim como também em Vaicrá/Lev. 24:17.


O sexto mandamento não abrange todos os casos em que uma pessoa mata outra. Há casos de assassinato acidental, e nesse caso era possível uma pessoa fugir para uma cidade de refugio até obter asilo temporário, conforme lemos no texto a seguir:


Todavia, se não o fez intencionalmente, mas D’us o permitiu, designei um lugar para onde poderá fugir.” Sh’mot/Êxodo 21:13, assim como também em B’midbar/Números 35:12.


Entretanto, se alguém intencionalmente tirasse a vida de outra pessoa seria alvo de um rápido castigo, conforme vimos anteriormente. Em seu ensinamento Yeshua não se focou no ato em si, mas no motivo e nas intenções daquele que comete o ato. Uma pessoa poderia tirar uma vida acidentalmente, mas aquele que de propósito tira a vida de alguém, primeiro passou por um período de preparação, deliberando como fazer. O pecado aconteceu antes mesmo de executar o seu terrível intento.


Ao ler Mattityahu/Mateus 5:22. podemos nos perguntar a que compara Yeshua o assassinato?

Qual a verdadeira questão Yeshua procura salientar, e o que nos diz isso acerca do verdadeiro alcance da Torá de D’us?


Embora seja frequentemente referido na Bíblia sobre o poder das palavras, Yeshua nesta passagem, leva-o a um nível mais profundo. Acontece muitas vezes que o único objetivo de palavras depreciativas ou de insultos é despertar sentimentos negativos na vítima. O ponto que Yeshua se refere é tão claro quanto a água. Não só apenas aqueles que praticam o crime que são culpados de assassinato, mas também aqueles que dirigem palavras ríspidas aos outros ou que até nutrem pensamentos assassinos. Yeshua aconselha as pessoas que dão guarida a esses pensamentos que se reconciliem com as suas vítimas antes de comparecerem diante do altar, de acordo com Mat. 5:23-26. E esse texto também aponta para o fato de alguém ter algo contra você, mesmo assim vcoê precisa tentar se reconciliar. Medite sobre as implicações das palavras de Yeshua nos textos estudados hoje. Como se tem comportado neste aspecto? O que um padrão tão elevado nos diz a respeito da necessidade de se estar permanentemente coberto pela justiça do Mashiach?


Estude as Escrituras corretamente, afaste-se dos dogmas e entenderá corretamente os princípios bíblicos.


Que o Eterno lhes abençoe! Até o próximo.


Pr. Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yossef)

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