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quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Estudo da Parashá Ki Tavo - As Pedras Escritas e o Coração do Homem.

 


Estudos da Torá

Parashá nº 50 – Ki Tavo (Quando vier)

Devarim/Deuteronômio 26:1-29:8

Haftará (separação) Is 60:1-22 e

B’rit Hadashah (Aliança Renovada) Mt 13:1-23, Rm 11:1-15


As Pedras Escritas e o Coração do Homem.


Nesta parashá vemos que, ao aproximar-se o momento da entrada de Yisrael na terra prometida, o Eterno ordenou algo que, à primeira vista, poderia parecer apenas simbólico: levantar pedras grandes, caiá-las com cal e nelas escrever todas as palavras da Torá. Entretanto, ao observarmos com atenção, percebemos que esse gesto não foi apenas uma lembrança externa, mas uma mensagem profunda para cada geração. Afinal, o que valem pedras com letras gravadas se o coração do homem permanece duro como rocha? Na verdade, o essas pedras representam profeticamente o coração do homem. E quando as palavras da Torá são gravadas nele a vontade do Eterno passa a ser parte da vida do homem.


RESUMO DA PARASHÁ DA SEMANA

Ao possuir a terra e colher seus frutos, cada homem deveria separar as primícias do campo e levá-las diante do altar do Eterno. Ali, deveria declarar a memória da nossa história: que éramos estrangeiros, que descemos ao Egito, fomos oprimidos, e o Eterno nos libertou com mão forte. Este ato era reconhecimento de que a terra e os frutos pertencem ao Eterno, e que tudo vem d’Ele.

No terceiro ano, chamado “ano do dízimo”, o povo devia separar parte da colheita para o levita, o estrangeiro, o órfão e a viúva, para que todos se saciassem, devendo ser repetido a cada três anos. Depois, o ofertante declarava diante do Eterno que tinha cumprido os mandamentos, pedindo bênção sobre Yisrael e sobre a terra.

Moshe lembrou que o povo tinha assumido a aliança de ouvir e obedecer ao Eterno com todo o coração e toda a alma. Em troca, o Eterno nos fez Seu povo especial, para sermos separados e exaltados entre as nações, como testemunho da Sua justiça.

Ao atravessar o Yarden, deveriam erguer grandes pedras, caiadas com cal, e nelas escrever todas as palavras da Torá. Um altar seria levantado ali para ofertas de paz, e o povo celebraria diante do Eterno.

Seis tribos ficariam no monte Gerizim para proclamar bênçãos, e seis no monte Eval para proclamar maldições. Os levitas declarariam maldições contra quem desonrasse pai e mãe, praticasse idolatria, oprimisse o necessitado, pervertesse a justiça ou transgredisse mandamentos ocultamente. O povo deveria responder: Amen!

Se Yisrael ouvisse a voz do Eterno, seriam exaltados sobre todas as nações. A bênção se estenderia às cidades, aos campos, à descendência, ao gado, às colheitas e ao trabalho das mãos. Seríamos cabeça e não cauda, abençoados em entrar e em sair, se permanecêssemos fiéis às instruções.

Mas, se rejeitássemos os mandamentos, sobre nós viriam maldições: peste, derrota diante dos inimigos, seca, fome, loucura, confusão. O povo seria disperso entre as nações, serviria a estrangeiros e passaria por sofrimento e vergonha, até que restássemos poucos em número. Esta é a parte mais longa da parashá, mostrando a gravidade da desobediência.

Moshe lembrou ao povo tudo o que o Eterno havia feito no Egito, as pragas, os sinais, o sustento no deserto. E disse: “Guardai as palavras desta aliança e cumpri-as, para que prospereis em tudo o que fizerdes”.


ESTUDO DO TEXTO DA PARASHÁ

Em Devarim 27:1–8, as pedras erguidas e escritas eram um símbolo adiantado da aliança renovada. O povo deveria ver as pedras, lembrar e obedecer aos mandamentos. No entanto, o Tanakh já antecipava que o coração humano, muitas vezes, é mais duro do que a rocha. Por isso, o Eterno prometeu: “E vos darei coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei coração de carne” (Yechezkel 36:26).

Esse paralelo se aprofunda nos dias em que Yeshua ensinava: ele não trouxe uma “nova lei”, mas lembrou que a verdadeira obediência não está em sinais externos apenas, mas em ter a Torá viva e ativa no coração. E com isso as práticas dos homens demonstram ser a Torá. Assim como as pedras eram testemunhas em meio ao povo, o coração dos remanescentes hoje é chamado a ser testemunha viva diante do mundo.


1. As pedras erguidas: um memorial visível da Torá

As pedras em Eval e Gerizim tinham um propósito: lembrar Yisrael da aliança. Não podiam ser ignoradas, estavam diante de todos, no caminho da entrada à terra. Assim também, a Torá foi dada não para ficar escondida, mas para ser vista e vivida. Em Yehoshua 24:26–27, quando o povo renovou a aliança, novamente uma grande pedra foi erguida como testemunha, pois “ela ouviu todas as palavras que o Eterno nos falou”. Esse simbolismo mostra que o Eterno deseja testemunhas constantes, e a própria criação pode ser chamada como testemunha contra a infidelidade do homem. Por isso é importante que através de nossas práticas de justiça sejamos testemunhas do Eterno.


2. O coração como a verdadeira tábua

Em Yirmeyahu 31:33, encontramos o seguinte: “Porei a minha Torá no íntimo deles e a escreverei no seu coração”. O Eterno não queria apenas pedras com letras gravadas, mas homens e mulheres com a Sua palavra viva dentro de si. Um coração que obediente não porque é forçado, mas porque ama ao Eterno e a seus mandamentos.

Quando Yeshua ensinava sobre os mandamentos, ele os levava ao íntimo: não basta não matar, é preciso vencer o ódio; não basta não adulterar, é preciso guardar a pureza do olhar. Ele não substituiu as instruções, mas as gravou no coração de quem ouvia. Assim como as pedras estavam expostas ao povo, o coração do justo deve refletir a Torá ao mundo.


3. Os remanescentes: pedras vivas diante do Eterno

O TaNaKh mostra que sempre há um remanescente fiel, mesmo em tempos de exílio e desobediência, conforme lemos em Yesha’yahu 10:20–21:


Naquele dia, o remanescente de Yisrael, aqueles da casa de Yaakov que escaparam, não mais confiará no homem que os feriu, mas confiará no Eterno, o Santo de Yisrael. Um remanescente retornará, o remanescente de Yaakov, ao D’us poderoso.


Esses remanescentes são como pedras escolhidas, erguidas pelo Eterno para mostrar Sua fidelidade. Shaul, nos escritos nazarenos, também comparou os seguidores de Yeshua a “pedras vivas” que formam uma morada para o Eterno. Aqui está o mistério do futuro Beit Hamikdash que muitos não entendem, ele não será formado por pedras, mas por pessoas, os remanescentes justos que acordarem na primeira ressurreição.

Assim, o paralelo se fecha: as pedras erguidas no monte eram testemunhas visíveis; o coração transformado é a testemunha invisível, porém viva. O remanescente de Yisrael carrega em si a Torá, e através dos ensinos do Messias, é restaurado para viver plenamente a aliança, não de forma ritualista, mas de maneira verdadeira e obediente.

Ao concluir este estudo, devemos compreender que as pedras de Devarim não foram erguidas apenas para Yisrael do passado; elas ecoam até hoje como lembrete de que a Palavra do Eterno deve estar gravada em nós. O coração endurecido deve ser quebrado, para que o Eterno escreva nele as Suas instruções.

O remanescente fiel, sendo resgatado através dos tempos pelos ensinos de Yeshua, torna-se essa pedra viva: firme, visível e testemunha de que o Eterno é Rei Fiel. Obedecer ao Eterno não é apenas cumprir ritos, mas deixar que Sua Palavra molde cada pensamento e ação. Lembre-se que para ser parte do tempo futuro com o messias e parte do Reino do Eterno deve guardar os mandamentos por amor.

Que o Eterno os abençoe e até o próximo estudo!


Moshê Ben Yosef


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