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sábado, 20 de agosto de 2022

Estudo da Parashá Êkev (Pois que)

 


Estudos da Torá


Parashá nº 46 – Êkev (Pois que)

Devarim/Deuteronômio Dt 7:12-11:25

Haftará (Separação) Is 54:11-55:5; e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) Jo 7:1-8:59.


1 - INTRODUÇÃO

Encontramos no site Chabad um interessante resumo dessa porção, ao qual menciono abaixo.

A parashá Êkev começa com Moshê encorajando os filhos de Israel a confiar em D’us e nas maravilhosas recompensas que Ele lhes dará se guardarem a Torá. Moshê assegura-lhes que derrotarão com êxito as nações de Canaã, quando deverão remover todo e qualquer vestígio de idolatria remanescente na Terra Santa.

Moshê os lembra sobre o milagroso maná e as outras maravilhas com que D’us os cumulou pelos quarenta anos passados, e ele adverte o povo de Yisrael, mais uma vez, para estar consciente das armadilhas de sua futura prosperidade e também do orgulho das façanhas militares, o que pode fazê-los esquecer a D’us. Ele continua os relembrando de suas transgressões no deserto, recontando toda a história do bezerro de ouro, e descrevendo a abundante misericórdia de D’us.

Moshê enfatiza que a geração do deserto tinha uma responsabilidade especial de permanecer leal às mitsvot, preceitos da Torá, por causa dos muitos milagres que vivenciaram pessoalmente. Após detalhar as numerosas virtudes da Terra Prometida, Moshê ensina ao povo o segundo parágrafo do Shemá, que enfatiza a doutrina fundamental de recompensa e punição, baseada em nosso cumprimento das mitsvot.

Esta Porção da Torá conclui com a promessa de D’us, uma vez mais, de que Ele protegerá o povo se eles cumprirem as Leis da Torá.


2 - ESTUDO DAS PALAVRAS

Em primeiro lugar vejamos o que significa a palavra Êkev, que dá nome a esta porção. Segundo o comentarista da Torá a palavra Êkev, em hebraico, que significa nesse versículo “por causa, pois que”, tem uma grande semelhança com a palavra Akêv, cuja tradução literal é “calcanhar do pé”. De acordo com o Midrash (Ialcut 846), se guardamos os preceitos que nos parecem insignificantes, e aos quais pisamos, por assim dizer, com os calcanhares, o Eterno, nosso Deus, também guardará a aliança e a bondade prometida sob juramento a nossos pais. Ainda de acordo como o comentário da Torá, toda essa parashá é uma vibrante e veemente elocução de Moshê ao povo de Israel.

Segundo o site Chabad, à primeira vista, a pessoa poderia dizer instintivamente que o Midrash significa que se você for tão cuidadoso em cumprir até mesmo as minúcias da Torá, então as recompensas ilimitadas de D’us serão suas. No entanto, observando mais atentamente poderemos ver o que realmente isso quer dizer: A recompensa vem por cumprir as "menores" mitsvot e por não fazer distinção entre elas e aquelas consideradas mais "sérias". Isso levanta vários questionamentos. Por que não deveríamos distinguir entre elas? É justo determinar que a recompensa vem por realizar as "menores" mitsvot da mesma forma que ocorre com o cumprimento das mais 'sérias"? Além disso, qual é a definição de uma mitsvá que alguém "esmagaria sob o calcanhar"? Finalmente, por que nossos sábios selecionam o calcanhar como oposto a nomear todo o pé como o culpado que tão impiedosamente pisoteia a palavra de D'us?

Os rabinos explicam que as mitsvot que tendem a ser pisoteadas são aquelas que entendemos como não merecedoras de grande recompensa. Se nossa atitude para com a Torá é meramente utilitária, que temos o direito de escolher o que é melhor para nós e portanto escolhemos a Torá, pode-se prontamente entender como aquelas mitsvot que não proporcionam os maiores benefícios possam ser “varridas para debaixo do tapete” em favor das “grandes mitsvot”. Porque eu deveria escolher o que é melhor par mim?

Entretanto, segundo o mencionado site, podemos entender que, não temos qualquer direito de escolher de quais mitsvot gostamos ou não, e reconhecemos que o Eterno nos abençoou com a oportunidade de servi-lo quando guardamos Sua Torá e que Sua vontade é correta não importando aquilo que pensamos, assim devemos nos agarrar a oportunidade de cumprir qualquer mitsvá, independente de seu “valor” percebido.

Por isso, o que fica evidente é que as mitsvot tidas como as "menores" tornam-se o teste crucial, através do qual demonstramos nossa verdadeira atitude em relação à Torá.

Segundo o site da singoga Shaarei Shalom, esta parashá contém alguns paradoxos. Veja, que a palavra “Êkev” tem um significado muito elevado, pois fala das “Recompensas” que recebemos quando seguimos a Torá. Ao mesmo tempo, conforme vimos “Êkev” também significa “Calcanhar”, que é o nível mais baixo do corpo de uma pessoa. Assim, para que possamos receber as mais altas recompensas prometidas por D’us, devemos ser humildes como um calcanhar, percebendo que tudo o que temos é realmente um presente.

Leiamos os seguintes versos:


Será, pois, que, se ouvindo estes juízos, os guardardes e cumprirdes, o Eterno teu Elohim te guardará a aliança e a misericórdia que jurou a teus pais; e amar-te-á, e abençoar-te-á, e te fará multiplicar; abençoará o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, o teu grão, e o teu mosto, e o teu azeite, e a criação das tuas vacas, e o rebanho do teu gado miúdo, na terra que jurou a teus pais dar-te. Bendito serás mais do que todos os povos; não haverá estéril entre ti, seja homem, seja mulher, nem entre os teus animais. E o Eterno de ti desviará toda a enfermidade; sobre ti não porá nenhuma das más doenças dos egípcios, que bem sabes, antes as porá sobre todos os que te odeiam. Pois consumirás a todos os povos que te der o Eterno teu Elohim; os teus olhos não os poupará; e não servirás a seus deuses, pois isto te seria por laço. Se disseres no teu coração: Estas nações são mais numerosas do que eu; como as poderei lançar fora? Delas não tenhas temor; não deixes de te lembrar do que o Eterno teu Elohim fez a Faraó e a todos os egípcios” Dt 7:12-18.


O texto dessa parashá, além de mandamentos traz ainda promessas que alimentam as esperanças do povo de Yisrael naquele período de conquistas. Ele se inicia falando sobre o ouvir e obedecer aos juízos do Eterno. Note que a palavra “juízos”, segundo o site Shema Ysrael, vem do termo hebraico mishpat que guarda o significado de “justiça, ordenança, costume, maneira” e nos fala ainda, sobre determinações práticas que o Eterno deu ao seu povo para que tivessem conhecimento e as cumprissem. Vemos assim, que Moshê está mostrando ao povo que o Eterno é aquele que está envolvido diretamente na concessão destes juízos ao seu povo.

É importante destacar ainda, que o texto dos versos iniciais dessa porção, nos diz que quando o povo de D’us obedece guardando a aliança, o Eterno também guarda a aliança e a misericórdia que jurou aos patriarcas. Quando Moshê menciona a “aliança” a palavra é berith”, que significa “pacto com derramamento de sangue”, e a palavra misericórdia vem o hebraico “hesed”, que significa “bondade amorosa, misericórdia”.

A aliança que foi feita pelo Eterno com Avraham é um reflexo do grande amor que ele mesmo manifesta ao seu povo, pois nós sabemos que numa aliança ou pacto estão envolvidas duas partes, e que o rompimento desta aliança se dá quando uma das partes “fere” os termos contratados, e isso nunca foi feito pelo Eterno! Perceba ainda que, historicamente, quando Yisrael “rompia” o contrato, o Eterno sempre aguardou que houvesse arrependimento para conceder-lhes o perdão e consequentemente o reatamento da aliança! É isso que costumamos chamar de “misericórdia”, que é a bondade amorosa do Eterno, que entra em ação.

Em todo esse fervoroso discurso, ele acentua a relação existente entre a Torá, como doutrina de vida, e o estilo de viver toraísta; entre a felicidade humana e as boas ações; entre a obediência aos ensinamentos da Torá como filosofia de vida e a recusa à inércia, e tudo isso serve para cada um de nós.

Os versos de Devarim/Deutronômio 7:12-18, que lemos acima, ensinam que há condições para que o Eterno mantenha a aliança que jurou aos patriarcas e aos filhos de Yisrael. Eles também falam sobre as consequências da fidelidade à aliança, ou seja, as bençãos relacionadas à obediência.

Então devemos entender que existem condições e consequências. Vejamos então as condições:

- ouvir e obedecer aos mishpatim (juízos, regras -leis sociais);

- guardar os mishpatim; e

- cumprir os mishpatim.


Vejamos também as consequências:

- O Eterno guardará a sua aliança com Yisrael;

- O Eterno guardará a sua misericórdia com Yisrael;

- O Eterno amará Yisrael;

- O Eterno abençoará Yisrael;

- O Eterno multiplicará Yisrael;

- O Eterno abençoará os filhos de Yisrael;

- O Eterno abençoará os produtos agrícolas;

- O Eterno abençoará a produção de animais dos israelitas;

- Os israelitas usufruirão mais do bem estar que os outros povos;

- Não haverá esterilidade em israelitas ou nos seus animais;

- Não haverá enfermidades entre o povo;

- Doenças vão atingir os inimigos de Israel; e

- Os israelitas serão capazes de exterminar as sete nações.


Ainda nos versos que mencionamos anteriormente, o verso 13 diz:


e amar-te-á, e abençoar-te-á, e te fará multiplicar; abençoará o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, o teu grão, e o teu mosto, e o teu azeite, e a criação das tuas vacas, e o rebanho do teu gado miúdo, na terra que jurou a teus pais dar-te.”


Podemos notar que neste verso há mais consequências da misericórdia ou bondade amorosa do Eterno, que resultando da obediência trazem bênçãos. A palavra traduzida para abençoar vem do termo hebraico “barak” e significa “dar poder a alguém para ser próspero, bem-sucedido e fecundo”, conforme vimos no estudo da parashá “Lech Lechá - Sai por ti mesmo”. A palavra “multiplicar” foi traduzida do termo hebraico “rabâb” que significa “ser numeroso, tornar-se numeroso”. Com isso, podemos comprovar algo que sempre dizemos, que a obediência traz consigo uma espécie de “unção” que nos dá condições de sermos prósperos e fecundos em várias áreas de nossas vidas, nos tornando capazes de gerar outros como nós.

Acho importante pontuar também que o Eterno afirma que desviaria do povo de Yisrael as enfermidades. E a palavra que foi traduzida para “enfermidades” vem do hebraico “holî” e significa “doença, enfermidade”. E ela aponta para doenças com origem física, por exemplo, gerada por uma queda, ou de origem patológicas, que são geradas mentalmente, mas que podem ser percebidas no físico.

O afastamento das enfermidades é uma consequência da obediência às leis sociais, os mishpatim. A promessa mencionada manteve-se vigente por causa da vida justa de Yeshua, mas só será plenamente efetivada quando ele retornar. Assim, a consequência final e certa para os obedientes é a ressurreição para viver com Yeshua na terra, pois hoje esta terra está muito contaminada.

O Eterno promete a cura divina, entre outras coisas, mas Yisrael foi infiel à aliança. É por isso que mesmo os verdadeiros servos do Eterno adoecem hoje, pois sempre há algo que ainda transgredimos mesmo sem perceber, além de que tudo isso também tem a ver com o bom trato que devemos ter com nosso corpo, ao obedecer os mandamentos de purificação e alimentação que o Eterno ordenou para o bem de seu povo.

Entendamos que ao ler os textos dessa porção vemos que as condições de obtenção dos benefícios da aliança, primeiramente, tem a ver com a fidelidade às leis que envolvem o amor ao próximo, ou seja, as leis sociais. A obediência aos mishpatim que são leis sociais, é uma condição para receber o amor de HaShem. E assim, temos a oportunidade de aprender que o amor que o Eterno nos demonstra está relacionado com o amor que demonstramos ao próximo.

Esse mesmo princípio pode ser encontrado em textos apostólicos na B’rit Hadashá, conhecido como Novo Testamento, onde vemos que o amor que mostramos ao próximo é um reflexo do amor que temos para com o Pai, conforme lemos nos versos abaixo:


Sabemos que já passamos da morte para a vida porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte.” 1Jo 3:14


Sabemos que já passamos da morte para a vida porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte.” 1Jo 3:23


Quem não ama não conhece a D’us, porque D’us é amor...

...Ninguém jamais viu a D’us; se nos amarmos uns aos outros, D’us permanece em nós, e o seu amor está aperfeiçoado em nós...

...Se alguém afirmar: "Eu amo a D’us", mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a D’us, a quem não vê.” 1Jo 4:8,12, 20.


A relação entre cada um de nós e nosso próximo determina como é o nosso relacionamento com o Pai. Não é possível servir ao Eterno, sem amar os irmãos, os nossos semelhantes. É impossível obter os benefícios da aliança sem estar bem uns com os outros.

Estamos falando de obediência, de agradar ao Eterno com nossas vidas e de escolher obedecer. Mas como podemos agradar ao Eterno? Vale à pena escolher obedecer?

Ainda no verso 12 de Devarim/Dt 7 lemos o seguinte:


Será, pois, que, se ouvindo estes juízos, os guardardes e cumprirdes, o Eterno teu D’us te guardará a aliança e a misericórdia (Graça/(Chesed) que jurou a teus pais;”


E também em Hb 11:6, lemos:


Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de D’us creia que ele existe, e que é galardoador (recompensador) dos que o buscam.”


É importante salientar a importância de crer em D’us. E talvez você diga: Eu acredito que Ele existe! No entanto, eu sou obrigado a lhe dizer que isto não é crer. Essa forma que a maioria das pessoas pensam, ou seja, que crer é acreditar na sua existência, é um conceito greco-romano, onde a crença se faz pela percepção do intelecto. Isto não é suficiente por não ser o conceito bíblico de crer. Veja o que Yakov/Tiago diz sobre isso em sua epístola:


Você crê que existe um só Deus? Muito bem! Até mesmo os demônios creem — e tremem!” Tg 2:19


A crença, ou crer em D’us, está relacionado com confiança, obediência, firmeza de propósitos e podemos confirmar isso com o que Yeshua diz em Yochanan/Jo 7:38:


Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”


Crer no sentido das Escrituras é ter experiência com o Eterno, e isso só é possível mediante a obediência às suas Palavras, a Torá. Não existe crença em experiência. É preciso ser fiel ao Eterno, e para isso é necessário a fidelidade à sua vontade, expressa na Torá. Já estudamos que o conceito original de fé é “emunáh”, palavra hebraica, que denota fidelidade, firmeza confiança.

A emunáh começa quando o Eterno se revela a pessoa e depois desta experiência ninguém conseguirá convencer a pessoa do contrário, e o próximo passo será o reconhecimento de que é necessário obedecer ao Eterno. É isso que Moshê está orientando aos Israelitas nessa porção, a serem firmes ouvindo, guardando e cumprindo as mitsvot.

O ensino dessa parashá está nos mostrando que não podemos ficar só estudando, é importante buscar a prática. O estudo pode nos levar a crer com o intelecto, já a prática nos leva a comprovar e testemunhar o que estudamos. Esta é a fé que o autor aos Hebreus está dizendo que agrada a D’us.

Vamos falar um pouco sobre o “amor”. A palavra hebraica que foi traduzida para amar é “ahav”, que trás os seguintes significados “amar, desejar, querer, apaixonar-se, sentir carinho, afeto e afeição, sentir paixão, gostar, entre outras.” De acordo com o site Emunah a fé dos santos, existem dois tipos gerais de amor:

1 – Amor condicional – é quele que ama dependendo das atitudes, do modo de ser ou do comportamento de outro. Um exemplo disso são as palavras de Yeshua em Yochanan/Jo 14:23, que trás:


Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará...”


2 – Amor incondicional – é aquele que ama independente das atitudes, do modo de ser ou do comportamento do outro. Podemos ver um exemplo desse amor em Dt 7:7 e 8, que diz:


O Eterno não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos, pois vós éreis menos em número do que todos os povos, mas porque o Eterno vos amava; e, para guardar o juramento que jurara a vossos pais, o Eterno vos tirou com mão forte e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito.”


Ainda outro exemplo encontramos na epístola ao Romanos 5:6-10:


Porque Yeshua estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas o Eterno prova o seu amor para conosco em que Yeshua morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue (vida justa), seremos por ele salvos da ira. Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com o Eterno pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida”.


No texto de Devarim/Deuteronômio, que lemos acima, é da porção passada da Torá, e vemos nele que o pacto é condicional, de maneira que o Povo tem de cumprir os mandamentos para se manter dentro da aliança. E o mesmo se repete nessa parashá que estamos estudando. A idolatria quebra a aliança entre o Eterno e Yisrael tal como o adultério rompe a aliança matrimonial entre os conjuges. Aquele que comete o adultério quebra a aliança do matrimônio, assim como, aquele que comete idolatria quebra a aliança com o Eterno. Por isso, aquele que não cumpre o mandamento da circuncisão está fora da aliança da circuncisão e não pode tirar proveito dos seus benefícios. Uma aliança tem condições para ambas as partes.

A aliança que o Eterno fez com Avraham conforme vemos em Gn 15 é incondicional. Poderíamos até dizer que através desta aliança o Eterno colocou a própria existência em jogo. Se ele não cumprir as suas promessas feitas no pacto deixará de Ser. Embora saibamos que isso não é possível, mas é uma forma de ver a situação da aliança. Por isso, que o próprio Eterno toma a iniciativa de mudar o coração do povo de Yisrael para que guardem os Seus mandamentos, para que as promessas feitas na aliança possam ser aplicadas, como lemos em Ezequiel 36:22-27:


Dize, portanto, à casa de Israel: Assim diz o Eterno: Não é por vosso respeito que eu faço isto, ó casa de Israel, mas pelo meu santo nome, que profanaste entre as nações para onde vós fostes. E eu santificarei o meu grande nome, que foi profanado entre as nações, o qual profanastes no meio delas; e as nações saberão que eu sou o Eterno, diz o Eterno, quando eu for santificado aos seus olhos. E vos tomarei dentre as nações, e vos congregarei de todos os países, e vos trarei para a vossa terra. Então, espalharei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos [chukim], e guardeis os meus juízos [mishpatim], e os observeis”.


Em Deuteronômio 7:9, também da porção passada, está escrito:


Saberás, pois, que o Eterno, teu Elohim, é Elohim, o Elohim fiel, que guarda o concerto e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos;”


Podemos ver com isso que os textos nos ensinam que a aliança do Sinai é condicional. Por outro lado, há uma profecia que diz que Israel continuará a ser um povo enquanto existam as leis naturais, como está escrito em Jeremias 31:35-36, conforme lemos:


Assim diz o Eterno, que dá o sol para luz do dia e as ordenanças da lua e das estrelas para luz da noite, que fende o mar e faz bramir as suas ondas; o Eterno dos Exércitos é o seu nome. Se se desviarem estas ordenanças de diante de mim, diz o Eterno, deixará também a semente de Israel de ser uma nação diante de mim, para sempre.”


Será que Yisrael não deixou de ser fiel à aliança? Se a existência de Yisrael depende da sua fidelidade ao pacto, como pode o Eterno prometer que Yisrael nunca deixará de existir? A resposta é: por causa do remanescente. O que fez com que estas promessas pudessem ser estabelecidas é a existência de um remanescente fiel, um pequeno grupo dentro de Yisrael. Sabemos que sempre houve, e sempre haverá, um remanescente fiel ao pacto, à aliança. Este remanescente tem sido, e continua a ser, a salvação para o resto do povo. Sem esse remanescente, Yisrael teria sido destruído como Sodoma, de acordo com Isaías 1:9, onde está escrito:


Se o Eterno dos Exércitos nos não deixara algum remanescente, já como Sodoma seríamos e semelhantes a Gomorra”


Também lemos na epístola aos Romanos 11:1-6:


Digo, pois: porventura, rejeitou o Eterno o seu povo? De modo nenhum! Porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. D’us não rejeitou o seu povo, que antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura diz de Elias, como fala o Eterno contra Israel, dizendo: o Eterno, mataram os teus profetas e derribaram os teus altares; e só eu fiquei, e buscam a minha alma? Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil varões, que não dobraram os joelhos diante de Baal. Assim, pois, também agora neste tempo ficou um resto, segundo a eleição da graça. Mas, se é por graça, já não é pelas obras legalista; de outra maneira, a graça já não é graça”


Devemos entender que o amor ao Eterno, e principalmente, do Eterno, é que geraram o remanescente que existiu e que continua a existir em Yisrael, e isso é o que faz com que as alianças possam continuar em vigor e que o Eterno cumpra as suas promessas, a restauração para Yisrael nos últimos tempos.

Concluindo nosso estudo quero te fazer uma pergunta: Você faz parte desse remanescente? E o que tem feito para cumprir sua parte na aliança? E tem resgatado outros remanescentes que ainda estão precisando fazer teshuváh?

Que possamos ser parte desse remanescente hoje e principalmente, no futuro, quando o messias vier e implantar o Reino do Eterno.

Que o Eterno os abençoe!


Pr. Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yossef)


Bibliografia:

- Torá - Lei de Moisés. Editora Sefer

- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.

- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/

- http://www.chabad.org.br

- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/parasha_46-_ekev_consequncia.pdf

- http://sinagogashaarei.org/recompensa-parashat-ekev/

- https://caminhosdatorah.org.br/parasha-ekev-em-razao-de/


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