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domingo, 21 de agosto de 2022

Estudo de Mateus 5 - Parte Final

 


Estudo de Mateus 5 – Parte Final


Mt 5:33-48


O propósito desse estudo é continuar trazendo entendimento a respeito do que o messias Yeshua ensinou e mostrar que todos os seus ensinos tinham como base as Escrituras Sagradas, ou seja, em sua época o TaNaK (Torá, Neviím-profetas e os Ketuvim-escritos). Por isso mostraremos aqui os princípios claros e escriturísticos das palavras do mestre da Galil (Galiléia), Yeshua Natseret, HaMashiach.


Se você ainda não viu os estudos anteriores recomendo buscar e acessá-los para maior absorção do conteúdo, principalmente em relação ao capítulo 5, que estamos estudando, as partes 1, 2, 3 e 4 trouxeram muitos entendimentos importantes.


Recapitulando

Vimos nos estudos anteriores o Sermão do Monte, as “bem-aventuranças”, e que elas são apenas o começo do ensino de Yeshua naquela ocasião, o ensino abrange do capítulo 5 ao 7. Vimos também como os servos do Eterno devem viver, e como é ser desse reino e quais as obrigações e responsabilidades com as pessoas deste mundo. Estudamos também que Yeshua mencionou mandamentos das 10 palavras e clareou o entendimento a respeito deles. Vimos também a respeito do adultério, do divórcio e do assassinato.


Ainda estamos na terceira seção, e temos observado que Yeshua deu aos talmidim uma profunda perspectiva sobre a Torá de HaShem. Esta seção é muito mal compreendida no sistema religioso, pois conforme já falei antes, muitos acham que Yeshua está trazendo ensinamentos contrários à Torá, devido às supostas “antíteses (oposições)” ao apresentar casos que aparentemente são contraditórios, mas estamos vendo que ele estava na verdade ensinando a mais pura Torá do Eterno.


Leitura do Texto

Façamos a leitura do Evangelho de Mateus 5:33-48 e depois, como sempre fazemos comentaremos os versos específicos com seus entendimentos corretos.


Os Juramentos

E, ainda, vocês ouviram que foi dito aos nossos pais: ‘Não descumpra um juramento’, e ‘Cumpra todos os seus votos feitos a Adonai’. Mas eu lhes digo que não jurem de jeito nenhum – nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o apoio dos pés dele; nem por Yerushalayim, por ser a cidade do grande rei. E não jurem pela cabeça de vocês, porque não podem tornar branco ou preto um único fio de cabelo. Mas que o ‘sim’ de vocês signifique apenas ‘sim’, e o ‘não’ seja ‘não’; qualquer coisa além disso tem origem no maligno.” Mt 5:33-37


Temos visto uma série de aparentes contradições e antíteses, como as duas primeiras que vimos antes, que falaram de assassinato e adultério, onde sua base estava nas Dez palavras. Perceba que a antítese do divórcio e as que lhe sucedem são retiradas de seções da Torá, incluindo esta sobre jurar falsamente e fazer votos ao Eterno.


E aqui, mais uma suposta contradição entre o que a Torá diz e o que Yeshua ensina. Para os ensinos do sistema religioso Yeshua proíbe os juramentos e a Torá os permite, no entanto não é bem assim, e podemos conferir de acordo com os seguintes textos:


"Não furtem. Não mintam. Não enganem uns aos outros. Não jurem falsamente pelo meu nome, profanando assim o nome do seu D’us. Eu sou o Eterno.” Lv 19:11 e 12


Quando um homem fizer um voto ao Eterno ou um juramento que o obrigar a algum compromisso, não poderá quebrar a sua palavra, mas terá que cumprir tudo o que disse.” Nm 30:2


Temam o Eterno, o seu D’us, e sirvam-no. Apeguem-se a ele e façam os seus juramentos somente em nome dele.” Dt 10:20.


Se um de vocês fizer um voto ao Eterno, ao seu D’us, não demore a cumpri-lo, pois o Eterno, o seu D’us, certamente lhe pedirá contas, e você será culpado de pecado se não o cumprir.” Dt 23:21


Será que aqui Yeshua está realmente sendo contra ao que a Torá prescreve como instrução? Será que esse é um ensino realmente contraditório? Bom, vejamos algumas informações importantes que muito nos ajudarão no entendimento do contexto geral desse ensino de Yeshua.


A parte da Torá que Yeshua está mencionando em seu ensino é localizada em uma seção de Lv 19:11-13, que condena práticas enganosas, assim como os demais versos citados. E podemos notar que a preocupação de Yeshua é com a “kavanáh” ou seja, as intenções. Pois está implícito que qualquer pessoa que faz uma promessa sem a intenção de cumprir tomou a decisão consciente de pecar. E mesmo que a primeira ordem contra o falso juramento tenha a ver com as promessas feitas a outra pessoa, a segunda ordem envolve promessas feitas a D’us.


Ao lermos o texto de Dt 23:21, percebemos que tem plena ligação com as palavra de Yeshua em Mt 5:33-37, e mais ainda, tem também ligação com a situação de Ananias e Safira em Atos 5:1-11, onde agiram justamente com a intenção de enganar.


O fato é que a Torá não impede os juramentos, mas proíbe os falsos juramentos, conforme pode ser visto em Lv 19:12. Partindo deste entendimento o judaísmo desenvolveu um conceito de que não seria necessário firmar um voto, uma vez que o indivíduo deve ter uma idoneidade ilibada a ponto de que suas palavras já valessem como juramento.


De acordo com Filo de Alexandria, um filósofo judeu contemporâneo de Yeshua (25 A.EC a 50 D.E.C), “a palavra de um homem bom… deveria ser um juramento, firme, inabalável, completamente livre de falsidade, firmemente plantado na verdade.” (Decálogo, 84).


De acordo com o documento chamado Regra de Damasco, os Essênios diziam: “Não jurará pelo Álef e o Lamed, nem pelo Álef e o Dálet” (Col. XIV, 1). Álef, Lamed e Dálet são letras do alfabeto hebraico. Álef e Lamed são as letras que formam a palavra “EL”, uma das designações do Eterno, e o Álef e Dálet são as iniciais de “Adonai”, que significa “meu Senhor”. Assim, o que podemos ver é que os essênios, da mesma forma que Yeshua, não recomendavam que fossem proferidos juramentos usando o nome do Eterno. E isso pode ser confirmado por Flávio Josefo, o historiador judeu, que também viveu no primeiro século, e escreveu sobre a abstenção de juramentos por parte dos essênios dizendo: “...e cumprem tão inviolavelmente o que prometem que se pode prestar fé às suas simples palavras, como a juramentos. Eles os consideram mesmo como perjúrios, porque não podem crer que um homem não seja um mentiroso quando tem necessidade, para que nele se creia, de tomar a Deus por testemunha.” (História dos Hebreus, CPAD, 8ª edição, página 1130).


Com o que mostramos até aqui, podemos notar que os essênios pensavam que a palavra de um homem deveria ter naturalmente, a força de um juramento, por isso não seria necessário invocar o nome do Eterno. Assim como semelhantemente, o Talmud, em uma de suas passagens em que os rabinos discutem se um contrato verbal teria força obrigatória entre as partes, quer dizer, a palavra deveria ser cumprida, veja:


O rabino Yosef filho de Yehudá disse: ...é para ensinar-lhe que o seu ‘sim’ deve ser apenas sim e que seu ‘não’ deveria ser apenas não. Abaye disse: Isso significa que não se deve falar uma coisa com a boca e outra com o coração.” (Talmud Bavli, m. Bava Metsia, 49a).


Com isso podemos perceber que o ensino de Yeshua a respeito dos juramentos é compatível principalmente com a Torá, mas também com a interpretação dos principais mestres de sua época.


Yeshua queria ensinar com essas palavras, que é proibido, dentro do contexto dos mencionados versos da Torá, a pessoa falar algo que não vá cumprir, ou falar uma palavra à toa, pois segundo esse entendimento o Eterno é testemunha de tudo o que se diz, conforme vimos no estudo da Parashá Matot, recentemente. Exatamente por isso, o mestre diz no verso 37: Seja, porém, o vosso sim, sim e o vosso não, não, pois o que passa disso é de procedência maligna (Yestser Hará – Carnalidade).”


Olho por olho

Vocês ouviram o que foi dito aos nossos pais: ‘Olho por olho e dente por dente’, mas eu lhes digo: não se oponham a quem age errado contra vocês. Ao contrário, se alguém bater na sua face direita do seu rosto, permita-lhe bater também na esquerda! Se alguém quiser processá-lo e tirar-lhe a camisa, deixe-lhe também o casaco! E se um soldado forçar você a carregar a sua carga por um quilômetro e meio, carregue-a por mais três quilômetros! Quando alguém lhe pedir alguma coisa, dê o que foi pedido; quando alguém quiser pedir algo emprestado a você, empreste.” Mt 5:38-42


Será que o justo mestre da Galiléia, Yeshua Natzeret, estava aqui de forma amorosa anulando uma lei tão rígida, que permitia as pessoas se vingarem daqueles que lhes faziam mal?


Aprendemos no sistema religioso, com os que são adeptos da graça sem a lei, como também um dia fomos, que “Yeshua anulou a lei, pondo fim à crueldade dela, que preconizava olho por olho e dente por dente”. Mas vejamos o que realmente Yeshua estava dizendo e de onde ele tirou seu ensino.


De fato, a Torá do Eterno, conhecida também como Lei de Moisés ou ainda Lei Mosaica, contém uma cláusula ou instrução conhecida nos meios teológicos como Lei de Talião, o famoso “olho por olho, e dente por dente”, conforme podemos verificar em um de seus textos, veja Shemot/Êxodo 21:23-25:


Mas, se houver danos graves, a pena será vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, contusão por contusão.”


Note que, aqueles que pensam ser isto uma instrução para a vingança ou paga na mesma moeda, está cometendo um erro, pois não compreendem o contexto cultural e textual, do que significa o “olho por olho e dente por dente”. De forma equivocada, pensam que na época de Moshê o Eterno teria autorizado que alguém arrancasse o olho de outra pessoa, de forma selvagem e vingativa.


O “olho por olho e dente por dente” não pode ser interpretado na sua literalidade, pois dentro do contexto onde ele se encontra textualmente e culturalmente, trata-se de uma expressão idiomática para dizer que, se alguém causar um dano qualquer a outro, deverá compensá-lo por meio de uma indenização que seja proporcional ao prejuízo causado. Ou seja, se em uma discussão acalorada que leve a uma briga, um indivíduo arranca o dente do outro, este terá o direito de receber a compensação financeira devida e correspondente ao dano que lhe foi causado.


E há entendimentos rabínicos acerca desse assunto que vem da Torá oral, observe:


Segundo o Talmud, na verdade, o Legislador não quis dizer ‘olho por olho’, e aqui vamos dar dois exemplos para demonstrar que sua aplicação nem sempre é possível. Supondo que Simão tenha só um olho e que, numa briga com Rubem, este o tire, ficando Simão completamente cego, não se faria justiça tirando um olho de Rubem; o castigo seria insuficiente, pois cegou completamente um homem e ele (o que cegou) não ficou cego. Vejamos o caso contrário: Simão, que tem um olho só, tira um olho de Rubem. Se, para castigar Simão, Rubem lhe tira o seu único olho, ele ficará cego, e desta forma o castigo não terá a mesma proporção do delito, porque simão não cegou completamente Rubem. Portanto, essa lei chamada de ‘Lei de Talião’ não tem o sentido que se lhe atribui, senão que é uma questão de danos e prejuízos, na qual aquele que danifica sofre ou paga segundo o critério dos juízes.” (Torá – A Lei de Moisés, Editora Sêfer, 2001, página 222).


Há ainda menções sobre essa compensação monetária em caso de dano causado por um indivíduo, por Flávio Josefo, e também na Mishná.


Com isso, podemos reler o texto dos versos 38-40, e ver as palavras do mashiach entendendo que ele ensinou na verdade, que seus discípulos quando fossem injustiçados deveriam, no lugar de exigir a compensação financeira do dano sofrido, “oferecer a outra face”, ou seja, demonstrar bondade a seus agressores e nunca buscar a vingança.


Portanto, Yeshua não estava abolindo o sistema judicial de reparação de danos do “olho por olho”, mas estava instruindo aos seus talmidim que não buscassem se vingar daqueles que lhes ofendesse, da mesma forma que também diz a Torá:


Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Eterno.” Vayicrá/Levítico 19:18


Segundo o rabino John Fischer, o ponto que Yeshua enfatiza é a resposta adequada para o insulto de ‘levar um tapa da face’. Uma pessoa não deve buscar a reparação ou retaliação, mas suportar o insulto com humildade. Assim, os rabinos concordam e aconselham que se alguém recebeu um golpe na face deve perdoar o ofensor, mesmo que ele não peça perdão. E o Talmud elogia a pessoa que aceita ofensa sem retaliação e se submete ao sofrimento e ao insulto alegremente, no Yoma 23a.


Finalmente, dar a outra face não é um ensino novo de Yeshua, uma vez que essa instrução já constava no TaNak, conforme lemos em Eikhah/Lamentações 3:30:


Dê a sua face ao que o fere; farte-se de afronta.”


Mais uma vez, vimos que Yeshua não anulou a Torá, pelo contrário, clareou seu entendimento com lições fundamentadas também no restante do TaNaK e nos midrashim dos sábios.


Ame o próximo

Vocês ouviram o que foi dito aos nossos pais: ‘Ame seu próximo – e odeie seu inimigo’. Mas eu lhes digo: amem seus inimigos; orem por quem os persegue! Então vocês se tornarão filhos do Pai celestial. Porque ele faz seu sol brilhar, da mesma forma, sobre pessoas boas e más e envia chuva, igualmente, para justos e injustos. Que recompensa obterão se amarem só quem ama vocês? Por que a teriam, se até os coletores de impostos agem assim? E se vocês forem amáveis só com seus amigos, o que há de extraordinário? Até os goyim fazem isso! Portanto, sejam perfeitos, como o Pai celestial de vocês é perfeito.” Mt 5:43-48


E aqui neste ensino, será que Yeshua estava mesmo trazendo um ensino contrário ao da Torá?

Quando os teólogos do sistema religioso leem este trecho do ensino de Yeshua, afirmam que a Torá ensinava tanto o amor ao próximo como também o ódio aos inimigos, e que por isso, Yeshua veio para mudar esta situação, ensinando que seus discípulos (talmidim) amassem a todas as pessoas, incluindo os inimigos. E aqui está o erro destes “doutores da lei” modernos. A Torá de HaShem mandou amar a todos os homens, e nunca mandou odiar aos inimigos. Essa parte do ódio não é vindo da Torá, mas da tradição, da halachá, das cercas levantadas pelos religiosos da época que deturparam as palavras do Eterno descumprindo o que Moshê falou em Dt 4:2, que diz:


A fim de obedecer às mitsvot de Adonai, o seu Deus, que estou dando a vocês, não acrescentem nada ao que digo, e nada subtraiam delas.


Vejamos o que a Torá realmente instrui sobre o amor e o ódio nos versos abaixo:


Não odeiem seu irmão no seu coração, e repreendam seu vizinho com franqueza, para não incorrerem em pecado por causa dele. Não procurem vingança, nem guardem rancor contra alguém do seu povo, mas ame cada um o seu próximo como a si mesmo. Eu sou o Eterno. (…) O estrangeiro residente que viver com vocês deverá ser tratado como o natural da terra. Amem-no como a si mesmos, pois vocês foram estrangeiros no Egito. Eu sou o Eterno, o Elohim de vocês.” Vayicrá/Levitico 19:17,18 e 34


Podemos notar com isso, que a Torá ensina a amar o próximo como a si mesmo e proíbe o ódio. Assim, compreendemos claramente que Yeshua queria mostrar o erro que os religiosos cometeram ao deturpar algo que a Torá dava instrução contrária.


Então as palavras de Yeshua poderiam ser lidas assim: “Vocês ouviram o que foi dito aos nossos pais: ‘Ame seu próximo (conforme consta na Torá em Lv 19:17,18 e 34), e odeie seu inimigo’(isto não está na Torá, porque foi ensinado erroneamente como se fosse um mandamento, mas é uma tradição de homens, e não do Eterno). Mas eu lhes digo: amem seus inimigos; orem por quem os persegue!(porque estes mandamentos estão no TaNak, em Lv 19:34 e Pv 20:22) Então vocês se tornarão filhos do Pai celestial. Porque ele faz seu sol brilhar, da mesma forma, sobre pessoas boas e más e envia chuva, igualmente, para justos e injustos. Que recompensa obterão se amarem só quem ama vocês? Por que a teriam, se até os coletores de impostos agem assim? E se vocês forem amáveis só com seus amigos, o que há de extraordinário? Até os goyim fazem isso! Portanto, sejam perfeitos, como o Pai celestial de vocês é perfeito.”


Observe agora, que este ensino de Yeshua sobre o amor ao próximo, tirado da Torá conforme mostramos acima, se assemelha com o ensino do grupo farisaico de Hilel, que viveu entre 60 A.E.C a 9 D.E.C, pois ele ensinava o amor a todos os seres humanos, incluindo os inimigos, de acordo com o que podemos ver na passagem da Mishná abaixo:


Hilel dizia: procurai ser como os discípulos de Aharon, amai a paz, procurai a paz, amai as pessoas e aproximai-as da Torá.” Avot 1:12


Outra coisa, de acordo com Filo de Alexandria, já mencionado aqui, o judaísmo praticado pelos essênios também davam ênfase ao amor, conforme podemos perceber no trecho abaixo:


Nisso usam uma regra e uma definição tríplice, isto é: amor a Deus, amor à virtude e amor à humanidade” (Philonis Opera, Ed. Mangey, London, 1742).


Segundo o rabino Mario Javier Saban (El judaísmo de Jesus), Yeshua jamais confrontou com sua própria opinião a “palavra de D’us”. Esta conclusão é uma argumentação típica do cristianismo, que querem nos fazer acreditar e tentam comprovar que Yeshua estava criando uma nova lei. Posso demonstrar, diz o mencionado rabino, que Yeshua disse o que disse, baseando-se no texto da Torá. Se você estiver atento poderá comprovar ao ler os versos de Mateus 5:48 e de Lucas 6:36 que cito abaixo.


O mencionado autor continua em seu livro, no texto de Mateus 5:48, Yeshua diz: “Sede, pois, perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito.” E no texto de Lucas 6:36, Yeshua diz: “Sede misericordiosos, como vosso Pai celestial é misericordioso.” Tanto o texto de Mt 5:48 como o de Lc 6:36 são equivalências rabínicas do texto da Torá contido no livro de Levítico 19:2, que diz: “Sereis santos, porque eu sou santo, eu Adonai, vosso D’us”.


Finalmente, mais uma vez, vimos que os ensinos de Yeshua sobre o amor ao próximo como a si mesmo possui respaldo na Torá, e se desenvolveu doutrinariamente, mesmo antes do período à vinda do Mashiach, destacando-se nas lições da casa de Hilel e dos essênios. Por isso, após termos analisado cada um desses ensinos de Yeshua, podemos chegar ao entendimento de que as palavras do mestre não violaram ou aboliram a Lei de Moisés, a Torá do Eterno, mas as explicaram de maneira clara e limpa para mostrar qual era a vontade de HaShem.


Os versos finais, 45-48, são a explicação de Yeshua sobre a consequência de se viver no caminho da verdade e o que o Eterno deu justamente para todos indistintamente, mas os que obedecem tornam-se filhos do Pai Celestial, que é perfeito.


Estude as Escrituras corretamente, afaste-se dos dogmas e entenderá corretamente os princípios bíblicos.


Que o Eterno lhes abençoe! Até o próximo.


Pr. Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yossef)

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