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sexta-feira, 19 de julho de 2024

Estudo da Parashá Balak - Não se deixe seduzir!

 


Estudos da Torá

Parashá nº 40 – Balak (Balak)

B’midbar/Números Nm 22:2-25:9,

Haftará (Separação) Mq 5:6-6:8; e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) 2Pe 2:1-22; Jd 11 e Ap 2:14,15.


Tema: Não se deixe seduzir!


No estudo dessa semana vamos analisar as informações que vemos nana parashá Balak, observaremos a sedução dos israelitas pelas filhas de Moav e Midian fazendo uma analogia a respeito das práticas enganosas do sistema religioso e com o pecado. Destacaremos ainda a relação profética entre as mulheres moabitas e midianitas com práticas que contrariam a Torah na atualidade.

RESUMO DA PARASHÁ DA SEMANA


A Parashá Balak é uma das narrativas mais fascinantes e cheias de reviravoltas na Toráh. Vamos ao resumo dos principais eventos e personagens envolvidos:

  1. Balak e Bilam: Balak, o rei de Moav, vê os Israelitas se aproximando de suas terras e teme a sua vastidão e poder. Ele decide chamar Bilam, um profeta pagão conhecido por suas habilidades místicas, para amaldiçoar Israel e enfraquecê-los.

  2. Bilam e o Jumento: Bilam inicialmente reluta em ir com os mensageiros de Balak, mas após consultar D'us, recebe permissão para ir com a condição de que ele só falará o que D'us permitir. Durante a jornada, um anjo bloqueia o caminho de Bilam, sendo visível apenas para o jumento, que desvia três vezes. Bilam, sem entender o motivo, golpeia o jumento até que D'us abre os olhos dele para ver o anjo e compreender a situação.

  3. Bênçãos em vez de Maldições: Chegando perto do acampamento dos Israelitas, Bilam tenta amaldiçoá-los conforme Balak deseja. No entanto, toda vez que ele abre a boca para amaldiçoar, D'us coloca bênçãos em seus lábios. Este episódio revela a profunda conexão de Bilam com a vontade divina, apesar de suas intenções iniciais.

  4. Pecado com as Filhas de Moav: Após esses eventos, a parashá continua com a narrativa de como as filhas de Moav e Midian seduziram os homens de Israel a participarem de práticas idolátricas e imorais. Isso leva à indignação de D'us e à intervenção de Pinchas, que mata Zimri, um príncipe de Israel, e a princesa midianita chamada Cozbi, com uma lança.

  5. Ação de Pinchas: Pinchas, neto de Aharon, age com zelo ao realizar este ato extremo de justiça, interrompendo uma praga que D'us havia enviado como punição pelo pecado do povo.


ESTUDO DO CONTEXTO LITERAL, PRÁTICO E PROFÉTICO


A Parashá Balak não só apresenta uma narrativa rica em ensinamentos morais e éticos, como também proféticos, além de ilustrar a interação complexa entre a vontade humana e a divina. Destaca ainda a importância da obediência e da fidelidade aos mandamentos de D'us.

Partindo das informações que já vimos no resumo da parashá Balak, leiamos o texto do nosso estudo.


1 Enquanto Israel estava em Sitim, o povo começou a entregar-se à imoralidade sexual com mulheres moabitas,

2 que os convidavam aos sacrifícios de seus deuses. O povo comia e se prostrava perante esses deuses.

3 Assim Israel se juntou à adoração de Baal-Peor. E a ira do Eterno acendeu-se contra Israel.

4 E o Eterno disse a Moshêh: "Prenda todos os chefes desse povo, enforque-os diante do Eterno, à luz do sol, para que o fogo da ira do Eterno se afaste de Israel".

5 Então Moshêh disse aos juízes de Israel: "Cada um de vocês terá que matar aqueles que dentre os seus homens se juntaram à adoração de Baal-Peor".

6 Um israelita trouxe para casa uma mulher midianita, na presença de Moshêh e de toda a comunidade de Israel, que choravam à entrada da Tenda do Encontro.

7 Quando Finéias, filho de Eleazar, neto do sacerdote Arão, viu isso, apanhou uma lança,

8 seguiu o israelita até o interior da tenda e atravessou os dois com a lança; atravessou o corpo do israelita e o da mulher. Então cessou a praga contra os israelitas.

9 Mas os que morreram por causa da praga foram vinte e quatro mil. Nm 25: 1-9


Observemos a sedução dos israelitas pelas filhas de Moav e Midian fazendo uma analogia a respeito das práticas enganosas do sistema religioso e com o pecado. É importante destacar ainda que podemos encontrar uma relação profética entre as mulheres moabitas e midianitas com práticas que contrariam a Torah.

Na Parashá Balak, as filhas de Moav e Midian desempenham um papel crucial no plano de Balak de fazer mal ao povo de israelita, ao seduzirem os homens de Israel para práticas idolátricas e imorais. Este episódio não é apenas um relato histórico, mas uma poderosa alegoria que ressoa com as armadilhas e tentações enfrentadas pelo povo em sua jornada em direção à terra prometida e à vontade do Eterno.

As filhas de Moav não apenas ofereceram prazeres carnais aos homens de Israel, mas também os levaram a participar de rituais idolátricos não apenas por meio de adoração a ídolos ao se curvar, mas também ao levá-los a comerem coisas sacrificadas aos ídolos, comprometendo assim a sua fé e devoção a D'us. Esta sedução representa a influência corruptora das práticas religiosas distorcidas, onde a busca por gratificação pessoal e a adulteração da verdade espiritual são disfarçadas como formas legítimas de conexão divina. E podemos ver claramente o apóstolo Sha’ul (Paulo) falando sobre isso nos capítulos 8 a 10 de 1Co. Para saber mais desse contexto busque o vídeo de estudo dessa carta no canal.

Analogamente, no contexto contemporâneo, vemos como os sistemas religiosos podem manipular e ser manipulados para servir a interesses pessoais e agendas corruptas. O uso de símbolos sagrados e rituais pode ser deturpado para atrair seguidores através de promessas de poder, prosperidade material ou satisfação imediata, distanciando-os da verdadeira essência espiritual e moral das instruções do Eterno. Infelizmente há muito disso na atualidade.


Profecias

Podemos também fazer ligações com outras profecias, que guardam relação com o assunto dessa porção, nas Escrituras. Essas práticas enganosas não são novas e foram profetizadas em diversas passagens das Escrituras. O profeta Isaías, por exemplo, denunciou aqueles que substituíram a verdade de D'us por falsas promessas e práticas pagãs:


"Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!" Isaías 5:20.


As profecias constantes dos escritos dos profetas no chamado Antigo Testamento, o TaNaK, frequentemente denunciam a corrupção espiritual e moral do povo, alertando contra a substituição da verdade de D'us por práticas enganosas e idolátricas. Essas mensagens proféticas não apenas revelam os desvios do caminho divino, mas também apontam para uma restauração e retorno à verdadeira fé.

Além do profeta Isaías, que denunciou aqueles que distorcem o certo e o errado, encontramos inúmeras outras passagens proféticas que ecoam temas semelhantes:

  1. Profeta Jeremias: Jeremias condena os líderes religiosos corruptos de sua época, que exploram o povo em vez de guiá-los na justiça e na retidão. Ele critica a adoração vazia e hipócrita, chamando o povo ao arrependimento genuíno e à volta ao Eterno (Jeremias 23:1-4, Jeremias 7:1-15).

  2. Profeta Ezequiel: Ezequiel confronta os falsos profetas e líderes que enganam o povo com promessas de paz e segurança, enquanto a nação está imersa em pecado e rebeldia contra D'us. Ele clama por um verdadeiro arrependimento e uma transformação espiritual (Ezequiel 13:1-16, Ezequiel 18:30-32).

  3. Profeta Miquéias: Miquéias denuncia a injustiça social e religiosa, onde os poderosos exploram os fracos, e os líderes religiosos se desviam da verdadeira adoração a D'us. Ele proclama a necessidade de justiça, misericórdia e humildade diante de D'us (Miquéias 6:6-8, Miquéias 2:1-5).

Essas profecias não apenas alertam contra a corrupção espiritual e moral, mas também apontam para a vinda de um Redentor e Messias, que traria uma nova aliança e restauraria a verdadeira adoração a D'us. Yeshua é a realização dessas profecias messiânicas, trazendo a luz do Evangelho como resposta às distorções religiosas de seu tempo e de todos os tempos.

Yeshua durante a primeira parte de seu ministério, antes de sua morte e ressurreição, confrontou os líderes religiosos falsos de seu tempo, chamando-os de hipócritas e guias cegos (Mateus 23:13-36). Ele ensinou que a verdadeira adoração a D'us envolve o amor a D'us de todo o coração, alma e mente, e o amor ao próximo como a si mesmo (Mateus 22:37-40). Estes eram os alicerces dos demais mandamentos, a partir deles os demais são desenvolvidos. Isto comprova que ele não veio para abolir a Lei e os Profetas, mas para cumpri-los e revelar seu pleno significado espiritual e moral (Mateus 5:17-20).

Portanto, as profecias dos antigos profetas não apenas denunciaram as práticas enganosas e pecaminosas, mas também apontaram para a necessidade de uma transformação interior e uma renovação espiritual através da verdadeira obediência à Torah, por meio dos ensinos do Messias prometido. Yeshua trouxe essa renovação ao ensinar um caminho de justiça, misericórdia, perdão e amor, convidando todos a se arrependerem e a viverem segundo a vontade de D'us, em aliança genuína e verdadeira com Ele.


Uma metáfora para os nossos dias

A sedução das filhas de Moav sobre os homens de Israel na Parashá Balak é uma poderosa metáfora sobre os desafios enfrentados por aqueles que buscam uma conexão genuína com D'us em meio às tentações do mundo. Elas não apenas ofereceram prazeres carnais, mas também introduziram os israelitas a rituais idolátricos, corrompendo assim sua fé e devoção. Essa sedução simboliza a tentação constante de buscar satisfação pessoal imediata em detrimento dos princípios espirituais mais profundos e da verdade divina, a Torah.

No contexto contemporâneo, vemos como sistemas religiosos podem manipular e serem manipulados para satisfazer interesses pessoais e agendas distorcidas. Muitas vezes, símbolos sagrados e rituais são deturpados para atrair seguidores através de promessas de prosperidade material, poder ou gratificação imediata, desviando-os do caminho da verdadeira espiritualidade e moralidade.

Essa dualidade entre a busca legítima por uma conexão com D'us e a tentação de ceder aos prazeres carnais é um tema central nos ensinamentos de Yeshua. Ele ensinou que a verdadeira vida em D’us não está na busca egoísta de prazeres terrenos, conhecido como yetser hará, mas na entrega ao propósito maior de amar a D'us sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo (Mateus 22:37-39). Yeshua alertou contra a ganância, a hipocrisia e a busca por honras e reconhecimento pessoal (Mateus 5 a 7 e 23), enfatizando a importância de uma fé verdadeira e sincera, baseada na humildade, na justiça e no serviço aos outros.

Ele exemplificou isso em sua própria vida, mostrando que viver conforme a vontade de D'us envolve sacrifício pessoal, renúncia aos prazeres passageiros e uma entrega completa à vontade divina, mesmo diante das tentações e desafios (Mateus 4:1-11). Yeshua ensinou que o verdadeiro caminho para a vida eterna está em seguir os mandamentos de D'us com um coração puro e em servir aos outros com amor e compaixão (Mateus 19:16-22, Mateus 25:31-46).

Assim, a analogia entre aqueles que servem a D'us e os que cedem aos prazeres carnais nos ensina que a verdadeira conexão com D'us requer uma constante vigilância contra as tentações do mundo. Viver conforme a vontade de D'us, como ensinado por Yeshua, significa buscar primeiro o Reino de D'us e sua justiça, buscando a santidade e a pureza de coração, e renunciando às seduções transitórias que nos desviam do propósito maior de uma vida plena e verdadeira.


Um pouco de gematria

Por fim, veremos algumas gematrias que podem ser encontradas nessa parashá e que revelam informações importantes para o entendimento do tema. A história das filhas de Moav também nos convida a refletir sobre o conceito de gematria, que é a técnica de atribuir valores numéricos às letras hebraicas e encontrar significados ocultos nas palavras das Escrituras. Na Parashá Balak, podemos explorar gematrias associadas às palavras-chave como "Moav" - מואב, cujo valor numérico é 49. Se pararmos para refletir sobre esse número, entre tantas informações encontramos os 49 níveis de impureza mencionados na tradição judaica, indicando a profundidade da corrupção que Moav representou. Também podemos observar que 49 é 4+9=13, que tem raiz 4, ou seja, apontando justamente para o 4º milênio, quando Yeshua veio iniciar seu ministério de cancelamento das impurezas pelo ensino da Torah.

Além disso, a palavra "Midian" - מדין tem um valor numérico de 104, cuja raiz é 5, indicando os cinco livros da Torah, que está relacionada ao conceito de julgamento e retidão, mostrando a polaridade entre os caminhos de retidão e de desvio representados por Moav e Midian.

Na Parashá Balak, além das gematrias mencionadas para "Moav" e "Midian", há outras relações numéricas que podem ser exploradas, revelando camadas adicionais de significado e conexões dentro do texto sagrado:

Bilam - בלעם: O nome Bilam em hebraico possui um valor numérico de 142. A raiz desse número é 7, que aponta para o shabat e para o sétimo milênio, quando Yeshua virá e implantará o reino do Eterno, eliminando o efeito do que Bilam fez ao ensinar Balak a enviar as mulheres de Moav e Midian para seduzirem os israelitas.


Portanto, a Parashá Balak não é apenas um relato histórico, mas um lembrete atemporal sobre a importância de permanecer fiel aos princípios morais e espirituais genuínos, resistindo às tentações de práticas religiosas distorcidas e reconhecendo os perigos da sedução pelo pecado, tanto no contexto antigo quanto no presente. Por isso, não se deixe seduzir pelas coisas desse sistema pecaminoso.


Que HaShem lhes abençoe!


Pr/Rav. Marcelo Santos da Silva (Marcelo Peregrino Silva – Moshê Ben Yosef)


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