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quinta-feira, 29 de maio de 2025

Estudo da Parashá - O Eterno é o Centro.

 


Estudos da Torá

Parashá nº 34 – Bamidbar (No deserto)

Bamidbar/Números 1:1-4:20

Haftará (separação) Os 2:1-22 e

B’rit Hadashah (nova aliança) Lc 2:1-7; 1Co 12:12-31


Tema: O Eterno é o Centro.


Vivemos tempos em que muitos buscam centros falsos para suas vidas: riquezas, poder, emoções, tradições humanas, ou até mesmo pessoas veneradas como se fossem mais do que homens. Entretanto, a Palavra do Eterno nos convida, com clareza e firmeza, a colocarmos novamente o Eterno no centro da nossa vida, nossa comunidade e toda a nossa existência n’Ele, que é único, eterno e incomparável.

Na travessia pelo deserto, conforme lemos na parashá Bamidbar, o Eterno mandou que o Mishkan fosse colocado no centro do acampamento de Yisrael. Ao redor dele, cada tribo se organizava com sua bandeira e seu estandarte. Não foi por acaso: o Eterno nos ensinou, de maneira visível e concreta, que Ele deve ser sempre o centro, e que todas as dimensões da nossa vida devem se organizar ao redor d'Ele.

O centro não é o homem, não é o messias, não é a tradição ou a religião; o centro é o Eterno! Como está escrito: "Eu sou o primeiro, e Eu sou o último, e fora de Mim não há Elohim." Yeshayahu 44:6.

Este é o chamado deste pequeno estudo: lembrarmos e reafirmarmos que o Eterno é o centro de tudo. Quando Ele ocupa esse lugar, tudo encontra seu verdadeiro sentido, sua direção e sua paz. Porém, quando deslocamos o centro, colocando qualquer outra coisa ou pessoa em Seu lugar, nos desviamos, nos desorientamos e caímos.

O Eterno nos chama hoje, como sempre chamou, com estas palavras: "Eu sou o Eterno, este é o Meu Nome; a Minha glória, pois, não darei a outrem." Yeshayahu 42:8. Que neste estudo possamos juntos meditar, refletir e decidir com firme confiança que o Eterno será sempre o centro de nossa vida!


RESUMO DA PARASHÁ DA SEMANA

Esta semana estudamos a parashá Bamidbar (במדבר), que inicia o sefer com o mesmo nome. O Eterno falou a Moshê no deserto de Sinai, no Ohel Moed, no primeiro dia do segundo mês, no segundo ano após a saída dos filhos de Yisrael da terra de Mitsrayim. O Eterno ordenou a Moshê e a Aharon que fizessem o recenseamento de toda a congregação de Yisrael, por clãs e famílias, nome por nome, todo homem a partir de vinte anos, apto para sair à guerra.

Cada tribo foi contada separadamente, e os líderes de cada uma foram nomeados. O número total dos que foram contados, de todas as tribos, excetuando a tribo de Levi, foi de 603.550 homens.

O Eterno ordenou que a tribo de Levi não fosse contada entre os demais, pois ela tinha uma missão sagrada: guardar o Mishkan, transportar e cuidar de todos os utensílios sagrados. Os levitas deveriam acampar ao redor do Mishkan, formando uma guarda de honra e proteção. A tribo de Levi foi dividida segundo os filhos de Levi: Gershon, Kehat e Merari. Cada família levítica recebeu responsabilidades específicas relativas ao transporte e cuidado dos objetos sagrados do Mishkan.

Os filhos de Kehat, por exemplo, ficaram encarregados de transportar os objetos mais sagrados: a Aron HaBrit, a Menorah, o Mizbeach e demais utensílios. Mas deveriam fazer isso apenas após Aharon e seus filhos cobrirem os objetos com as cortinas e peles designadas, para que não olhassem diretamente para aquilo que é sagrado e morressem.

O Eterno também instruiu sobre a formação do acampamento: cada tribo com sua bandeira e insígnia, posicionadas ao redor do Mishkan, ao leste, sul, oeste e norte. Ao centro estava o Mishkan, símbolo da presença do Eterno entre o Seu povo. Assim, o povo foi organizado para a jornada pelo deserto, conforme as ordens do Eterno. O Mishkan ao centro demonstra que o Eterno deve ser o centro da vida de Yisrael, e todos devem se organizar ao redor d'Ele, seguindo as Suas instruções.


ESTUDO DO TEXTO DA PARASHÁ

Ao estudar essa parashá, percebemos que o Mishkan está no centro do acampamento de Yisrael, conforme vemos em Bamidbar 2. Ao redor dele, próximas ao Mishkan as famílias da tribo de Levi, e depois as doze tribos se organizam em quatro grupos, cada qual com sua bandeira, demonstrando visualmente e espiritualmente que toda a vida de Yisrael gira ao redor do Eterno.

O Eterno ordena:


Os filhos de Yisrael acamparão, cada um junto ao seu estandarte, sob as insígnias das suas casas paternas, ao redor e de frente ao Ohel Moed acamparão. Bamidbar 2:2


Aqui está o princípio que deve ser guardado: não somos o centro, o Eterno é o centro. Toda a estrutura da nação, sua marcha e acampamento, sua adoração e sua identidade são orientadas pela presença do Eterno. Este princípio está enraizado desde a criação:


No princípio, Elohim criou os céus e a terra. Bereshit 1:1.


Ele é o princípio e fundamento de todas as coisas.


1. A Centralidade Exclusiva do Eterno

Este é um aspecto fundamental que precisa ser destacado com clareza para ser guardado em nossos corações e mentes, conforme a fidelidade que devemos ter ao Eterno e à Sua Palavra. Quando afirmamos e reconhecemos que não somos o centro, mas sim o Eterno, precisamos também reconhecer, com certeza, que nenhum ser humano pode ocupar esse lugar. O Tanakh revela claramente que:


Assim diz o Eterno, Rei de Yisrael, e seu Redentor, o Eterno dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e Eu sou o último, e fora de Mim não há Elohim. Yeshayahu 44:6


O Eterno é Echad (um), indivisível, incomparável. Colocar qualquer outro — seja homem, objeto, criatura ou força — no centro da vida e da adoração é idolatria.


O erro de colocar um homem como centro

Infelizmente, por causa do sistema religioso muitos que cometeram este erro ao atribuir divindade ao messias, afirmando que ele é o próprio Eterno encarnado ou um "Elohim-homem". Isso é contrário às Escrituras, que são claras ao afirmar que o Eterno não é homem e não se fez carne:


Elohim não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Bamidbar 23:19


Vede agora que Eu sou, Eu somente, e mais nenhum Elohim além de Mim; Eu mato e Eu faço viver; Eu firo e Eu saro; e ninguém há que possa livrar da Minha mão. Devarim 32:39


O messias, como ensina o Tanakh e como demonstrou Yeshua, é e sempre foi plenamente homem, um servo obediente ao Eterno, conforme as palavras do profeta:


Eis o Meu servo, a quem sustenho, o Meu escolhido, em quem a Minha alma se agrada; pus sobre ele o Meu espírito, e ele trará justiça às nações. Yeshayahu 42:1


Ele nunca afirmou ser o Eterno, mas sempre submeteu-se ao Eterno, colocando-O no centro de sua vida e missão, conforme está escrito:


Não posso Eu mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo; e o Meu juízo é justo, porque não busco a Minha vontade, mas a vontade Daquele que Me enviou. Yochanan 5:30


O perigo de deslocar o Eterno do centro

Quando alguém atribui divindade ao messias ou o coloca como centro da adoração, está violando diretamente os mandamentos do Eterno:


Não terás outros elohim diante de Mim. Shemot 20:3


O Eterno, teu Elohim, temerás, a Ele servirás e pelo Seu Nome jurarás. Devarim 6:13


Colocar um homem no centro — seja como "divindade" ou como mediador absoluto — afasta a pessoa do Eterno, pois desloca o foco da confiança e obediência. O messias, como homem obediente, nos ensina a olhar para o Eterno, e não para si mesmo como objeto de adoração.


Yeshua direcionou sempre ao Eterno

Yeshua ensinou:


Adorarás ao Eterno, teu Elohim, e só a Ele servirás. Devarim 6:13, confirmado por Yeshua em Matityahu 4:10.


Se Yeshua, o messias, ordenou que somente ao Eterno se deve adorar, como pode alguém ensinar ou crer que se deva adorá-lo como se fosse o próprio Eterno? Isso é contrário às próprias palavras do messias e à Torá.


O centro é sempre o Eterno

Assim como o Mishkan estava no centro do acampamento de Yisrael, representando a presença exclusiva do Eterno, assim também hoje o centro da nossa vida deve ser o Eterno, conforme Ele ordenou:


Eu sou o Eterno, e este é o Meu Nome; a Minha glória, pois, não darei a outrem, nem o Meu louvor às imagens. Yeshayahu 42:8


Por isso, quem ama verdadeiramente ao Eterno, jamais colocará outro no centro de sua confiança, adoração ou vida.


2. A Continuidade deste Princípio nos Nevi'im

Os profetas reafirmam esta centralidade. Yeshayahu declara:


Buscai ao Eterno enquanto se pode achar, invocai-O enquanto está perto. Yeshayahu 55:6


O Eterno se colocou no centro de Yisrael, mas Yisrael muitas vezes buscou outros centros: poder, nações estrangeiras, deuses estranhos. Por isso, os profetas continuamente chamaram o povo de volta ao centro verdadeiro: o Eterno e Suas instruções.

Yirmeyahu exorta:

Assim diz o Eterno: Ponde-vos nos caminhos, olhai, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para a vossa alma. Yirmeyahu 6:16


As "veredas antigas" são os mandamentos do Eterno, que centralizam a vida e dão descanso. O profeta Yechezkel vislumbrou a restauração final de Yisrael com o Eterno novamente no centro, com um novo templo e com a própria cidade chamada: "O Eterno está ali" (Yechezkel 48:35). Este é o clímax: a presença permanente do Eterno no meio de Seu povo.


3. Relação com os Escritos dos Emissários (Brit Hadashá)

Os discípulos e emissários de Yeshua, sempre reforçaram que o centro da nossa vida e comunidade continua sendo o Eterno e as Suas palavras. Yeshua sempre ensinou:


Amarás ao Eterno, teu Elohim, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. (Devarim 6:5, reafirmado por Yeshua em Matityahu 22:37)

O amor e obediência ao Eterno são o centro. Assim também ensinamos que a "kehilá" (comunidade) deve ser formada ao redor desse princípio. Shaul (Paulo), também emissário, escreveu:


Vós sois o templo do Elohim vivo, como disse o Eterno: Habitarei neles, e entre eles andarei; e Eu serei o seu Elohim, e eles serão o Meu povo. 2 Coríntios 6:16, aludindo a Vayicrá 26:11-12


Aqui vemos que o princípio do Mishkan no centro não desapareceu, mas foi aprofundado ou ampliado: a comunidade se torna um Mishkan coletivo, onde a presença do Eterno habita quando andamos conforme os Seus mandamentos. Yochanan, o emissário, escreveu:


E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que o Eterno é luz, e não há nele treva nenhuma. 1 Yochanan 1:5


Por isso, quem ama ao Eterno deve andar na luz, ou seja, na obediência aos Seus mandamentos:


E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos. 1 Yochanan 2:3


4. Perguntas de Reflexão

Pense e reflita nessas questões abaixo e tente observar em sua vida.

1. O que, ou quem, está ocupando o centro da sua vida hoje? Será que, em algum momento, deslocamos o Eterno e colocamos nossas vontades, medos ou tradições humanas como centro?

2. De que maneira temos organizado nossa vida, nossa família e nossas decisões ao redor do Eterno e dos Seus mandamentos? Como podemos ajustar isso de forma prática e diária?

3. Sabemos reconhecer quando colocamos homens ou sistemas no lugar do Eterno? Como evitar que ideias, costumes ou até figuras religiosas sejam elevadas ao centro, no lugar que pertence somente ao Eterno?

4. O Mishkan estava visivelmente no centro do acampamento de Yisrael. O que, hoje, representa para nós essa centralidade visível? Como tornar claro, para nós e para os outros, que o Eterno está no centro da nossa vida?

5. De que maneira podemos, como comunidade, reforçar que nossa identidade e nossa missão estão organizadas exclusivamente ao redor do Eterno e não de homens ou tradições? Como ajudar uns aos outros a permanecer firmes nesse caminho?

5. Tornando o Eterno o centro da nossa vida hoje

Como aplicação prática do que estamos trazendo nesse estudo, vejamos abaixo como podemos tornar o Eterno o centro de nossa vida na atualidade.

1. Obediência fiel aos mandamentos: Como está escrito: Portanto, guardareis os Meus estatutos e os Meus juízos, pelos quais, cumprindo-os, o homem viverá. Vayicrá 18:5

2. Santificação da comunidade: Tal como o Mishkan era guardado e purificado, assim a nossa vida e comunidade devem ser puras.

3. Organização da vida ao redor do Eterno: Não ajustar o Eterno às nossas prioridades, mas submeter nossa vida, família, trabalho e relações a Ele.

4. Expectativa da plena restauração: Como Yechezkel viu, aguardamos o dia em que o Eterno habitará plenamente em nosso meio, em Jerusalém, e todas as nações se reunirão ao redor Dele.


Ao concluirmos este estudo, fica diante de nós uma decisão tão antiga quanto a própria criação: Quem será o centro da nossa vida? O Eterno ensinou Yisrael a acampar ao redor do Mishkan, não apenas para organizar o espaço, mas para organizar a alma, o coração e a identidade. Hoje, o Eterno continua a nos chamar:


Eu sou o Eterno, teu Elohim... não terás outros elohim diante de Mim. Shemot 20:2-3


O centro não pode ser um homem, não pode ser uma tradição, não pode ser o messias. O centro é, e sempre será, o Eterno — o Criador dos céus e da terra, único, indivisível e eterno.

Que possamos, com firme confiança baseada na obediência, declarar como Yehoshua:


Eu e a minha casa serviremos ao Eterno! Yehoshua 24:15


E como o rei David afirmou:


Sempre porei o Eterno diante de mim; porque Ele está à minha direita, não serei abalado. Tehilim 16:8


Que o Eterno seja o centro de nossa vida, de nossa comunidade e de toda nossa existência, hoje e sempre!

Que o Eterno os abençoe e até o próximo estudo!


Moshê Ben Yosef


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