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quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Estudo da Parashá Noach - As águas subiram, um apontamento para a teshuvah.

 



Estudos da Torá

Parashá nº 02 – Noach (Noach)

Bereshit/Gênesis 6:9-11:32

Haftará (separação) Is 54:1-55:5 e

B’rit Hadashah (Aliança Renovada) Mt 24:36-44; Atos 2:1-16


As águas subiram, um apontamento para a teshuvah.


Entre as muitas narrativas na Torá, que moldam nossa compreensão da vontade do Eterno, narrativas estas que também são proféticas, o relato do dilúvio em Bereshit revela muito mais do que um evento histórico. Ele é uma mensagem eterna sobre a purificação, o arrependimento e a restauração das casas de Yisrael e Yehudah, e de todos que se unem a eles, diante da corrupção. Quando lemos que “as águas prevaleceram e cresceram grandemente sobre a terra, e a tevah (arca) foi elevada acima da terra” (Bereshit 7:18–19), percebemos um profundo mistério, pois nas Escrituras, as águas são um apontamento para a Torá, a purificação. Elas se elevaram acima dos montes, que são apontamentos para pessoas elevadas, dependendo do contexto isso pode indicar pessoas com alto grau de justiça ou obediência, mas em outros contextos indica altivez e arrogâncias humanas. As águas que se elevaram sustentando a arca, representa então o caminho da teshuvah e da obediência. Vêm comigo, vamos aprofundar um pouco mais, fique até o final deste estudo.


RESUMO DA PARASHÁ DA SEMANA

A parashá Noach revela um tempo em que a maldade e a violência haviam se multiplicado sobre toda a terra. O Eterno viu que toda inclinação do coração humano se corrompera, e decidiu apagar de sobre a face da terra todo ser vivente. No entanto, Noach achou graça diante do Eterno, pois era um homem justo e íntegro em suas gerações, e andava em obediência com o Eterno.

HaShem ordenou a Noach que construísse uma tevah, uma grande arca, de madeira de gofer, com compartimentos e betume por dentro e por fora, para preservar a vida dele, de sua esposa, de seus filhos Shem, Cham e Yefet, e das criaturas que seriam trazidas a ele para serem salvas do dilúvio que destruiria toda a carne. Noach obedeceu exatamente conforme o Eterno ordenara.

Quando o tempo chegou, o Eterno fechou a tevah, e as águas do dilúvio cobriram toda a terra por quarenta dias e quarenta noites. Toda a vida fora da tevah pereceu, mas Noach e os que estavam com ele foram preservados. As águas prevaleceram por cento e cinquenta dias, até que o Eterno se lembrou de Noach e fez soprar um vento sobre a terra, e as águas começaram a baixar. A tevah repousou sobre as montanhas de Ararat, e após meses de espera, Noach soltou um corvo e, depois, uma pomba, até que a terra estivesse seca novamente.

Ao sair da tevah, Noach edificou um altar e ofereceu ao Eterno holocaustos de animais puros. O Eterno sentiu o aroma agradável e declarou que nunca mais amaldiçoaria a terra por causa do homem, estabelecendo então, uma aliança: nunca mais as águas destruiriam toda a carne. Como sinal dessa aliança, o Eterno colocou o arco nas nuvens, o keshet, como lembrança eterna entre Ele e toda a criação.

Depois do dilúvio, Noach tornou-se lavrador e plantou uma vinha. Ao embriagar-se com o vinho, ficou nu em sua tenda; Cham viu a nudez de seu pai e contou a seus irmãos, mas Shem e Yefet o cobriram respeitosamente. Noach, ao despertar e saber o que Cham fizera, declarou bênção sobre Shem e Yefet e maldição sobre Canaã, filho de Cham.

A parashá também apresenta a genealogia dos filhos de Noach e a multiplicação dos povos sobre a terra. Por fim, narra a construção da torre em Bavel, quando toda a humanidade falava uma só língua e procurava fazer um nome para si mesma. O Eterno confundiu as línguas dos homens e os espalhou sobre toda a terra, frustrando seus planos de se exaltarem.

Assim, a parashá Noach mostra mais uma vez, a justiça e a misericórdia do Eterno: Ele pune a corrupção, mas preserva a vida e renova Sua aliança com a criação, ensinando que a obediência e a humildade diante do Eterno são o caminho da vida.


ESTUDO DO TEXTO DA PARASHÁ

A água transbordou sobre a terra e tornou-se profunda, até a arca começar a flutuar sobre a superfície da água. A água sobrepujou a terra com poder; a totalidade das montanhas altas debaixo do céu foi coberta; a água cobriu as montanhas em mais de 7 metros. Bereshit 7:18-20.

A parashá Noach nos mostra o juízo do Eterno sobre uma geração que havia se corrompido e afastado completamente de Suas instruções. Através dos midrashim, os sábios revelam como eram ímpios aqueles homens, que por sua vez, corromperam os animais. Assim, o Eterno, em Sua justiça, envia as águas do dilúvio para purificar a terra, mas preserva Noach, homem íntegro, dentro da tevah, a arca da restauração. Quando a Torá nos diz que as águas cobriram até os mais altos montes, somos convidados a buscar o entendimento escondido por trás das meras letras, ou do conceito literal. Quando passamos a olhas mais a fundo, descobrimos que o conhecimento e a instrução do Eterno sempre se elevarão acima de toda sabedoria humana. Assim como as águas lavaram a corrupção daquele tempo, também a Torá tem o poder de purificar o coração do homem e de restaurar o que foi corrompido.


1. As águas que sobem: a Torá que purifica e domina

Como sempre procuramos mostrar, as Escrituras Sagradas ou seja, o TaNaK, sempre vai revelando, desde a Torá, passando pelos profetas, pelos escritos até a Brit Hadashá, os planos do Eterno para a restauração das Casas de Yisrael e Yehudah. Nesse contexto que estamos estudando, sobre os apontamentos proféticos da elevação das águas e da tevah sobre as montanhas mais altas, serem a Torá elevando e purificando os que fazem teshuvah acima da corrupção dos sistemas religiosos, não é diferente. Vemos os profetas frequentemente comparando o conhecimento do Eterno às águas que cobrem a terra, as montanhas. Yeshayahu declarou:


Porque a terra se encherá do conhecimento do Eterno, como as águas cobrem o mar Yeshayahu 11:9.


Quando as águas do dilúvio se elevaram acima das montanhas, enchendo toda a terra, isso apontava para o tempo em que o conhecimento do Eterno venceria toda soberba, toda estrutura humana que se ergue contra a Sua vontade, a Torá. Assim como a chuva desce e não volta sem cumprir o seu propósito, como vemos nas palavras de Yeshayahu, a Torá, comparada à água viva, desce para lavar e transformar, veja:


Assim como a chuva e a neve descem dos céus e não voltam para ele sem regarem a terra e fazerem-na brotar e florescer, para ela produzir semente para o semeador e pão para o que come, assim também ocorre com a palavra que sai da minha boca: Ela não voltará para mim vazia, mas fará o que desejo e atingirá o propósito para o qual a enviei. Yeshayahu 55:10,11


2. Os montes: a altivez do homem e a humilhação diante do Eterno

Os “montes” frequentemente representam autoridades, reinos e pessoas elevadas aos seus próprios olhos. O profeta Yirmeyahu escreveu:


Todo vale será exaltado, e todo monte e outeiro serão abatidos Yirmeyahu 4:23–24.


No dilúvio, até os montes mais altos foram cobertos, mostrando que diante do Eterno não há grandeza humana que possa permanecer quando Ele traz juízo. Da mesma forma, o homem altivo precisa ser submerso nas águas da Torá, permitindo que sua altivez seja purificada pela obediência. Na Brit Hadashá, Yeshua ensinou:


Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado Mattityahu 23:12.


As águas que cobriram os montes revelam que a verdadeira elevação não vem da grandeza humana, mas da submissão ao Eterno, em obediência à sua Torá.


3. A Arca: lugar de restauração e teshuvah

A arca não apenas preservou Noach e sua família, ela simboliza o processo de teshuvah. Entrar na tevah era afastar-se da corrupção e confiar no propósito do Eterno. Assim também, aquele que se refugia na obediência à Torá encontra abrigo em meio às águas do juízo. O profeta Yechezkel falou da restauração que viria quando o Eterno “aspergisse água pura sobre o povo” e lhes desse “um coração novo” em Yechezkel 36:25–26.


Aspergirei água pura sobre vocês, e vocês ficarão puros; eu os purificarei de todas as suas impurezas e de todos os seus ídolos. Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne.


Essa promessa se cumpre sempre que o homem se volta para o Eterno com sincera e obediência. A Brit Hadasháh ecoa esse mesmo princípio: Yeshua falou de “nascer da água e do espírito de obediência”, ou seja, de ser purificado por uma nova conduta, firmada nas instruções do Eterno, como vemos em Yochanan 3:5.

A tevah é, portanto, o abrigo do arrependido, sustentado pelas águas da Torá que o elevam acima da corrupção e purificam as impurezas desse mundo.

Concluindo nosso estudo, podemos entender que a elevação da arca sobre as águas nos ensina que a restauração vem quando permitimos que a Torá cubra todas as áreas da nossa vida. Os montes, símbolos de orgulho, poder e autossuficiência no contexto da corrupção, são submersos para trazer purificação, e para que apenas o que é puro e verdadeiro permaneça. Assim como Noach encontrou graça porque andava com o Eterno, também nós somos chamados a andar em obediência, deixando que Suas águas nos purifiquem e nos elevem em teshuvah. Quando a Torá prevalece sobre nós, não somos destruídos pelas águas, mas sustentados por elas, e então, como a arca que repousou em terra firme, depois de algum tempo, também repousaremos na aliança do Eterno, e seremos a cada dia, renovados e restaurados vivendo em retidão diante Dele, até chegar o momento da plenitude futura, quando todas as profecias se cumprirem plenamente.

Que o Eterno os abençoe e até o próximo estudo!

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Moshê Ben Yosef


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