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sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Estudo da Parashá V'zot Habrakha - O Caráter do Mashiach em Yehudah, Levi e Binyamin.

 



Estudos da Torá

Parashá nº 54 – V’zot Habrakha (E esta é a bênção)

Devarim/Deuteronômio 33:1-34:12

Haftará (separação) Js 1:1-18 e

B’rit Hadashah (Aliança Renovada) Mt 17:1-9 e Jd 3, 4, 8-10


O Caráter do Mashiach em Yehudah, Levi e Binyamin.


As bênçãos que Moshê pronunciou sobre Yehudá, Levi e Binyamin em Devarim 33 são o eco e o desdobramento daquilo que Yaakov, nosso pai, havia declarado em Bereshit 49. Essas duas vozes formam juntas uma tapeçaria perfeita, pois a primeira revela o destino profético das tribos e a segunda, o cumprimento amadurecido dessas promessas, depois de uma jornada de provações e retidão. E quando olhamos para Yeshua HaMashiach, vemos o fio que entrelaça as duas profecias, pois nele a justiça, o serviço e a habitação do Eterno encontram expressão humana plena.


RESUMO DA PARASHÁ DA SEMANA

Antes de deixar este mundo, Moshê, o homem de Elohim, reúne o povo e pronuncia bênçãos sobre cada tribo de Yisrael. Ele recorda a manifestação do Eterno no Sinai, quando o Eterno veio de Seir e brilhou desde o Monte Parã, vindo entre miríades de mensageiros, trazendo Sua Torá de fogo para o Seu povo amado.

Moshê abençoa cada tribo conforme seu papel e destino entre o povo:

- Reuven: “Viva Reuven e não morra, e que seus homens sejam numerosos.”

- Yehudá: É abençoado com força nas mãos e com o favor do Eterno em suas batalhas.

- Levi: Recebe a bênção de servir ao Eterno, guardar o Urim e Tumim, instruir Yisrael nos mandamentos e oferecer incenso agradável.

- Binyamin: É chamado “amado do Eterno”, e habitará seguro junto a Ele.

- Yosef: Recebe abundância das bênçãos dos shamaym, das profundezas e dos montes antigos.

- Zevulun e Issachar: Zevulun se alegra em suas saídas (comércio) e Issachar em suas tendas (estudo e ensinamento).

- Gad, Dan, Naftali e Asher: Cada um recebe palavras de prosperidade, força e herança em sua terra.

Após abençoar todas as tribos, Moshê sobe do Monte Nevo, à frente de Yericho, e o Eterno lhe mostra toda a terra prometida — desde Gilead até Dan, Naftali, Efraim, Menashé, Yehudá até o mar ocidental, o Neguev e o vale de Yericho.

O Eterno diz a Moshê: “Esta é a terra que jurei a Avraham, Yitzhak e Yaakov, dizendo: Eu a darei à tua descendência. Eu te fiz vê-la com teus olhos, mas não passarás para lá.”

Moshê, servo do Eterno, morre ali na terra de Moav, conforme a palavra do Eterno, e é sepultado num vale, mas ninguém conhece seu túmulo até hoje.

Yisrael chorou por Moshê trinta dias. Yehoshua, filho de Nun, foi cheio do sopro de sabedoria, porque Moshê impôs sobre ele suas mãos, e os filhos de Yisrael o ouviram, como o Eterno havia ordenado.


ESTUDO DO TEXTO DA PARASHÁ

Iniciando nosso estudo, voltemos às palavras de Yaakov, que disse:

Yehudá, a ti te louvarão teus irmãos; tua mão estará sobre o pescoço de teus inimigos; os filhos de teu pai se inclinarão diante de ti. Yehudá é um leãozinho; da presa, meu filho, subiste; encurva-se e deita-se como leão, e como leoa, quem o despertará? O cetro não se apartará de Yehudá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Shiló, e a ele se congregarão os povos.” Bereshit 49:8–10

Nessa porção Moshê declarou:

Ouve, ó Eterno, a voz de Yehudá, e traz-o ao seu povo; com suas mãos lutará por ele, e sê Tu socorro contra os seus inimigos.” Devarim 33:7

Yehudá é o rugido da liderança justa, o símbolo da coragem e da intercessão. Yaakov viu nele o cetro, o direito de governar; Moshê ouviu nele a voz, o clamor do povo que busca reconciliação.

Yeshua, é descendente de Yehudá, manifestou ambas as dimensões: ele falou com autoridade, chamando Yisrael à teshuvá (retorno), e também louvou o Eterno com sua vida de obediência, entregando-se por amor. Como Yehudá diante de Yosef, Yeshua se colocou no lugar dos irmãos, dizendo, em essência: “Deixa-me ficar em lugar deles.” Ele é a voz de Yehudá que sobe aos shamaym, pedindo ao Eterno que una novamente os filhos dispersos de Yaakov. O rugido do leão tornou-se, em Yeshua, o eco da compaixão; o cetro, o governo pela Torá e pela justiça.

Sobre Levi Yaakov disse: “Shimon e Levi são irmãos; seus instrumentos são instrumentos de violência. No seu conselho não entre minha alma; com seu furor mataram homens, e em sua vontade perversa cortaram tendões de bois. Maldito seja seu furor, pois era violento; eu os dividirei em Yaakov e os espalharei em Yisrael.” Bereshit 49:5–7

E Moshê declarou:

O teu Tumim e o teu Urim são para o homem teu amado, a quem provaste em Massá e com quem contendeste junto às águas de Merivá.
Disse de seu pai e de sua mãe: Nunca os vi; e a seus irmãos não reconheceu, nem conheceu seus filhos, pois guardaram a tua palavra e observaram o teu pacto.”
Devarim 33:8–9

O que em Yaakov era repreensão tornou-se, em Moshê, redenção. O zelo violento de Levi foi transformado em zelo sagrado. Quando Yisrael pecou com o bezerro de ouro, Levi se levantou do lado do Eterno, e sua espada, que antes foi usada por ira humana no episódio de Dinah com Shikhem, tornou-se instrumento de purificação. Assim, o que era maldição virou bênção. O Eterno santificou o zelo de Levi, dando-lhe o privilégio de ensinar os mandamentos e ministrar diante de Sua presença.

Yeshua, em sua missão, expressou esse mesmo espírito, trazendo zelo sem violência, pureza sem orgulho, obediência sem concessão. Ele ensinou como Levi devia ensinar, não apenas palavras, mas vida; não apenas conhecimento, mas obediência viva à Torá. Como Levi, Yeshua disse: “Quem fizer a vontade do Eterno, este é meu irmão, minha mãe, meu pai.”

Por isso, Yeshua é a restauração do zelo levítico, o homem que purificou o Templo, mas o fez para restaurar a santidade, não para destruir. Levi é o coração consagrado, e Yeshua é o batimento desse coração em forma humana.

A respeito de Binyamin Yaakov disse:

Binyamin é lobo que despedaça; pela manhã comerá a presa, e à tarde repartirá o despojo.” Bereshit 49:27

E Moshê declarou:

O amado do Eterno habitará seguro junto a Ele; o Eterno o protegerá todo o dia, e entre os seus ombros habitará.” Devarim 33:12

Em Yaakov, Binyamin é força e vigor, em Moshê, é descanso e proximidade. As duas faces descrevem a tensão entre guerra e paz, força e ternura. A herança de Binyamin é onde está Yerushalayim, o lugar da habitação do Nome do Eterno. Entre os “ombros” das colinas de Binyamin ergue-se o Monte Tzion, onde repousava o Mishkan e depois o Beit HaMikdash. Ali, em sua herança, Yeshua viveu o momento supremo de sua obediência. Ele, o “amado do Eterno”, foi protegido até cumprir sua missão, e ali entregou-se ao Eterno em justiça, permanecendo sob Suas asas.

Yeshua é, portanto, a imagem de Binyamin, aquele que habita seguro junto ao Eterno, mesmo em meio à perseguição. Como o lobo que divide o despojo, Yeshua distribuiu os frutos de sua obediência, libertando, curando, ensinando, e repartindo vida com muitos.

Em resumo, a harmonia das bênçãos dessas três tribos em relação ao messias, podem ser vistas da seguinte maneira:

  • De Yehudá, vem a voz e o cetro — a liderança justa.

  • De Levi, vem o zelo e o ensino — o serviço consagrado.

  • De Binyamin, vem o abrigo e a presença — o repouso junto ao Eterno.

Em Yaakov, essas bênçãos são sementes proféticas; em Moshê, são flores maduras; em Yeshua, tornam-se fruto vivo. Yeshua fala com a voz de Yehudá, serve com o coração de Levi e habita com a confiança de Binyamin. Ele não substitui seus pais, mas cumpre neles o propósito do Eterno, ou seja, reunir as duas casas, ensinar e fazer habitar a presença do Altíssimo no meio dos homens.

Como está escrito:

Torá ordenou-nos Moshê, herança da congregação de Yaakov.” Devarim 33:4

E Yeshua andou nela, tornando-se sinal para todos nós, de que a verdadeira bênção é viver em aliança, ouvir a voz do Eterno e andar segundo os Seus mandamentos.

Que o Eterno os abençoe e até o próximo estudo!


Moshê Ben Yosef


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