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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Estudo da Parashá Vaerá (Apareci)

 

Estudos da Torá


Parashá nº 14 – Vaerá (Apareci)

Shemôt/Êxodo Ex. 6:2 – 9:35

Haftará (Separação) Ez 28:25-29:21 e

B’rit Hadashah (Nova Aliança) Mt 24:1-51


1 - INTRODUÇÃO

Na última semana foi estudado em todo o mundo a 13ª parashá da Torá, que é a primeira do Sefer Shemôt (livro de Êxodo), nesta semana estudamos a segunda porção desse livro. Vamos então ao resumo da parashá como de costume.

A parashá começa com D’us afirmando a Moshê que redimirá o povo judeu da escravidão e o conduzirá a liberdade, a Terra que prometeu a Avraham, Yistchac e Yaacov por herança. D’us incumbiu Moshê e Aharon de irem ao encontro do faraó e pedir que liberte o povo de Israel.

Instruiu-os a realizar um milagre, caso o faraó quisesse colocá-los à prova, de tomar a vara e jogá-la para que se transformasse em serpente. E procederam conforme Suas instruções. O faraó chamou seus sábios e feiticeiros e pediu que fizessem o mesmo através de suas magias. Mas a vara de Aharon tragou todas as outras varas enfurecendo o faraó e endurecendo seu coração, não permitindo o povo hebreu partir. Iniciam-se então as dez pragas do Egito.

A primeira transformou as águas do Nilo em sangue, causando mal cheiro, morte dos peixes e impossibilitando os egípcios de beber de seus mananciais. Cada vez que o faraó recusava-se em libertar o povo judeu do Egito, D’us enviava uma nova praga. Desta forma sucederam-se as pragas enviadas "com mão forte e braço estendido" de D’us, sobre o Egito: após o sangue, as rãs, os piolhos, animais selvagens, cobras, escorpiões e serpentes, a peste, a sarna, chuva de granizo (gelo e fogo), a cada praga o faraó declarava que se a mesma se extinguisse, deixaria o povo partir. Mas novamente, assim que Moshê rezava para D’us para que parasse de ferir os egipcios, novamente o faraó mudava de idéia não permitindo ao povo partir.

Vejamos então, o que o Eterno nos preparou nesta porção de estudo de sua santa Torá.


2 – ESTUDO DAS PALAVRAS

Essa 14ª porção da Torá tem um nome parecido com a 4ª porção que nós já estudamos, aquela tinha o nome “Vaierá – e mostrou-se” e esta “Vaerá – Apareci”. Mostrar e aparecer leva-nos a um mesmo entendimento, a revelação especial que o Eterno estava trazendo de si mesmo e de sua vontade a alguém. Na primeira vez revelou-se a Avraham e nessa agora se revela a Moshê trazendo sua vontade e desejo de libertar o povo, promessa que havia feito ao mencionado patriarca, que traria de volta para a terra, em Gn 15.13 e 14.

Na porção dessa semana somos introduzidos á primeira e maior era de milagres de que relata as Escrituras, segundo o site Shemaysrael.com. Vemos como Moshê e Aharon usam, sob o comando do Eterno, a autoridade que lhes fora conferida e como Faraó e o Egito são gradativamente destruídos em sua resistência para libertarem o povo escolhido do Senhor! Note como os sinais ou milagres estão intimamente ligados a quem vive uma vida de obediência ao Eterno, como Moshê, Aharon e principalmente Yeshua.

A Torá inicia esta porção, de acordo com o mencionado site, nos mostrando como o Eterno (Criador) se apresenta a Moshê:


E falou D’us a Moshê, e disse-lhe: Eu sou o Eterno (Em hebraico aparece o Tetragrama).Ex 6:2


O diálogo entre Moshê e HaShem inicia de uma forma esplêndida, pois o Criador se apresenta a Moshê, demonstrando para ele que se transforma de acordo com a necessidade deles naquele momento. Por isso lá no Sinai, HaShem lhe disse “ehieh asher ehieh - Eu serei o que serei”, ou seja, estava dizendo que “se torna aquilo que se torna”. Agora ele relembra o seu mensageiro, Moshê, quem ele é. Não é como na maioria das traduções que vem “eu sou o que sou”. O Eterno já inicia sua conversa com Moshê mostrando-lhe que, aconteça o que acontecer, Ele poderá se manifestar como Aquele que supre qualquer necessidade de seu povo, pelo menos daqueles que o obedecem.

Segundo o site emunah a fé dos santos, Elohim recorda a Moshê que seu nome é HaShem (tetragrama) e diz que os patriarcas não conheceram plenamente esse nome, ou pelo menos a essência dele.


E apareci a Avraham, a Ysaac e a Yacov como “El-Shaday/D’us Onipotente ou Todo Poderoso”, mas por meu nome, HaShem, não me fiz conhecer a eles.” Ex 6:3


Perceba uma coisa importante aqui. O fato de os patriarcas não terem conhecido o nome do Eterno, como Moshê estava agora conhecendo, não quer dizer que eles não sabiam qual era o Nome Santo de Elohim. Desde Gn 2:4 tem sido revelado o Nome sobre todo nome, HaShem. Além disso encontramos em Gn 4:26 os homens a começarem a invocar o Nome de HaShem.

Em Gn 15:2 Avraham menciona o nome de HaShem na sua oração. Logo está escrito que o patriarca creu em HaShem e isso lhe foi imputado por justiça, Gn 15:6.

Essas e outras referências nos ensina que os patriarcas conheciam o Nome de HaShem. Então, como poderemos entender o texto acima?

Segundo o site Emunah a fé dos santos, Rashi diz: “Aqui não está escrito “não lhes dei a conhecer”, mas sim “não ME dei a conhecer”. Eu não era conhecido por eles pelas minhas qualidades de verdadeiro, pelos quais meu Nome é chamado HaShem (tetragrama), Fiel para fazer que a minha palavra se verifique. Assim pois, lhes fiz uma promessa, mas eles não viram o seu cumprimento.

Devemos entender que a revelação de um dos nomes do Eterno implica, não somente o conhecimento da pronunciação ou escrita do nome, mas sim a revelação de uma parte do seu caráter e a ação que vem como expressão desse caráter.

O Eterno revela-se mediante os seus diferentes nomes. Cada nome revela uma ação que está de acordo com o significado do nome. Assim, há uma ação implicada na revelação do nome de HaShem, e essa ação todavia não tinha sido revelada na sua totalidade aos patriarcas. Porém a eles foi revelada a ação que está implícita no nome “El-Shaday” ou Todo Poderoso.

El-Shaday pode ser entendido de duas maneiras principais, como o Todo Poderoso e como o Todo Suficiente. Ele é aquele que supre. O Eterno é o Único que é auto-suficiente, pois todas as formas de vida, visíveis e invisíveis dependem do Eterno. Os patriarcas tinham conhecido o Eterno com esse nome, com esse caráter e com essa maneira de atuar. Tinham conhecido a mão protetora de El-Shaday quando se deparavam com perigos, conheceram seus milagres sobrenaturais na criação, experimentaram tudo o que o Todo Poderoso lhes tinha dado, tudo o que o que necessitavam para estarem satisfeitos. Vemos que está escrito que Avraham morreu satisfeito em Gn 25:8.

Porém, o Eterno não se tinha dado a conhecer a ele como HaShem. Que caráter e ação estão implícitos nesse nome?

Conforme mencionamos antes, o site emunah a fé dos santos, citou Rashí, que destacou nesse Nome a fidelidade para cumprir as suas promessas. Até certo ponto, segundo o site, Avraham tinha conhecido essa ação do Eterno, ao receber a Isaque como filho de uma forma milagrosa, por meio de uma promessa, como lemos em Gn 21:1:


E HaShem visitou a Sara, como tinha dito;e fez o Eterno a Sara como tinha prometido.”


No entanto, há várias promessas que os patriarcas não viram cumpridas durante suas vidas, como por exemplo terem descendência como as estrelas do céu e a promessa de receber Canaã em possessão perpétua. E ainda nesse estudo falaremos sobre a promessa maior que eles aguardavam, que é a cidade celestial vindo à terra de Canaã, como lemos em Hb 11:9-10, 13-16, 39-40:


Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Elohim é o arquitecto e edificador (…) Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria. E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Elohim não se envergonha deles, de ser chamado o seu Elohim, porquanto lhes preparou uma cidade” (…) Ora, todos estes que obtiveram bom testemunho por sua fé não obtiveram, contudo, a concretização da promessa, por haver Elohim provido coisa superior a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados”.


Compreendemos assim, que o Eterno não se deu a conhecer como HaShem, no que diz respeito a toda a essência que esse nome implica: Amor, Benevolência e Justiça (que foram conhecidos pelos patriarcas), mas também o de levar a cabo o cumprimento das promessas dadas por Ele.

Além disso, segundo o já mencionado site, pode-se destacar mais dois significados desse nome. Os dois nomes do Eterno mais usados nas Escrituras são Elohim (traduzido genericamente como D’us) e HaShem (o tetragrama, substituído nas versões bíblicas por Adonai ou Senhor, e que nós usamos HaShem).

O termo Elohim, segundo o site, aparece cerca de 2500 vezes no Tanach (conhecido como Antigo Testamento), e o Tetragrama aparece quase 7000 vezes. Mesmo que HaShem seja o Nome do Eterno e Elohim seja um termo genérico, os rabinos identificam nestes dois nomes uma tendência de diferentes manifestações do caráter do Eterno que ao mesmo tempo são opostos e complementares. O Nome HaShem está relacionado com a misericórdia do Eterno e o termo Elohim está relacionado com a justiça do Eterno. Dessa forma, normalmente, quando aparece escrito o termo Elohim como referência ao Eterno, é em alusão a um ato de justiça e quando aparece o Nome HaShem, é a respeito de um ato demisericórdia.

Daí, podemos concluir que os patriarcas não tinham conhecido o caráter e a manifestação da misericórdia como agora os filhos de Israel estariam a constatar.

O site ainda diz que, podemos reparar no fato de Moshê constatar primeiro a revelação da sarça-ardente, que é a revelação da compaixão e misericórdia do Eterno, como lemos em Ex 3:7-9, na porção da semana passada. E sobre essa questão do nome ainda poderíamos falar mais, porém devemos seguir em frente por agora.

Então, vemos que o Eterno estabeleceu o seu pacto com os patriarcas para lhes dar a terra de Canaã, por onde peregrinaram. Como podemos ler no verso 4. Além disso, mostra a Moshê mais uma vez que ouviu o lamento dos filhos de Israel devido à escravidão e lembrou-se de sua aliança com os mencionados patriarcas.

Essa, como todas as porções da Torá, é uma porção muito profética, pois aponta para a futura libertação de todos os que professam o nome de Yeshua como o Messias de Israel enviado por D’us, pois está ligada ao que Yeshua disse em seu sermão profético em Mt 24:1-51.

Ao lermos os versos iniciais dessa parashá podemos descobrir muitas instruções importantes para alimentar nossa fé no Eterno. Vamos tentar compreender mais alguns desses importantes ensinos encontrados nesse texto.

Nos versos anteriores, no fim da parashá shemôt, vemos Moshê questionando ao Eterno: “Por que me enviaste aos hebreus se desde que fui até eles piorei as coisas? Antes de ir falar com o Faraó, os egípcios davam-lhes a palha para fazer os tijolos, contudo agora eles tem que ajuntar a própria palha.” Note que Adonai responde a Moshê dizendo-lhe o que aconteceria, quase como se dissesse: “Não me critiques! Tenho boas razões para fazer o que estou fazendo e da forma que estou fazendo.” Ele estava dizendo a Moshê que era o Todo Poderoso e estava se revelando de forma diferente do que havia se revelado antes.

O Eterno complementa esse início com a promessa de libertar os filhos de Israel das cargas do Egito, e de fazê-los povo de D’us, versos 6 a 8. Essa promessa é mantida através dos séculos por Adonai, e esclarecida por Yeshua em Mt 24.

Que ligação pode haver entre essa porção semanal da Torá, com o ensino profético de Yeshua? Tudo!

Os sábios de Israel através do Midrash dizem que antes de criar o universo, HaShem concebeu sete conceitos fundamentais para o funcionamento do mundo, são eles:

  1. A Torá

  2. A Teshuvá (arrependimento/retorno)

  3. O Gan Eden (paraíso)

  4. Guehinan (inferno/sepultura)

  5. Kise hakavod (o trono celestial da Glória)

  6. A Beit Hamikdash (templo sagrado em Jerusalém)

  7. O nome do Mashiach

Note bem que essas coisas foram concebidas pelo Eterno antes de o universo ser criado fisicamente, o que podemos dizer que elas são atemporais. Por isso podemos entender bem o que o Rav. Shaul (apóstolo Paulo) diz quando fala ...e chama à existência as coisas que não são como se já fossem.”, em Rm 4.17. Ou seja, note que em Mt 24 o assunto do Olam Hazeh (o fim deste mundo, desse sistema) está circulando ao redor do templo, e Yeshua inicia seu sermão profético à partir daí. Como o assunto é profético, o mestre parte de algo que estava além do tempo, aproveitando o assunto que os talmidim (discípulos) iniciaram, o Beit Hamikdash, para então, prosseguir e acrescentar com instruções de acontecimentos vindouros que ocorreriam antes do fim. Assim como Adonai revelou a Moshê o que faria, e revelou aos profetas algumas coisas, agora Yeshua, como o Mashiach enviado do Eterno estaria acrescentando ou clareando as informações passadas pelos profetas. O que Adonai falou a Moshê sobre a libertação do povo de Israel das garras do Egito ecoa até hoje. Dentro de um contexto imediato ele salvou o povo, e dentro de um contexto profético tem libertado o povo de Israel de muitas aflições e tribulações, e continuará libertando. E não somente eles, mas a qualquer um que o professar como seu único Deus, e a Yeshua como seu messias, e viver segundo as instruções da Torá do Eterno.

Perceba que nos versos 21 e 22 de Mt 24, vemos Yeshua falando sobre grandes dificuldades ou tribulações como nunca houve e nem haverá jamais. E quando D’us mandou Moshê falar ao faraó sobre a última praga ele fala algo parecido, veja:


Haverá grande pranto em todo o Egito, como nunca houve antes e nem haverá jamais. Ex 11.6


Finalmente, podemos entender que o texto de Mt 24 está correlacionado com o texto da parashá, pois ambos tratam de redenção do povo ao qual Adonai escolheu como seu. E eu e você devemos nos enquadrar como povo do Eterno, junto ao povo de Israel, a fim de termos nossa redenção garantida através do Messias enviado por ele. E assim como os Israelitas do passado saíram do Egito e foram para Canaã, que mais tarde virou terras de Israel, quando o Rei retornar iremos também para onde o povo dele vai, ou seja, para as terras de Israel. E ele será o Rei de Israel e Judá, e será também o nosso Rei. O D’us do messias e de Israel e Judá será também o nosso D’us e estaremos com ele no monte Sião. Veja o que foi prometido por D’us em Isaías 56. 6 e 7.


E os estrangeiros que se unirem ao Senhor para servi-lo, para amarem o nome do Senhor e para prestar-lhe culto, todos os que guardarem o sábado sem profaná-lo, e que se apegarem à minha aliança, esses eu trarei ao meu santo monte e lhes darei alegria em minha casa de oração. Seus holocaustos e seus sacrifícios serão aceitos em meu altar; pois a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos".


Que cada um de nós venhamos nos apegar ao povo escolhido por D’us para herdar esse mundo, e principalmente ao próprio Eterno para adorá-lo e servir verdadeiramente dia a dia.


Bibliografia:


- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer

- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.

- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/

- http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/

- https://shemaysrael.com/parasha-vaera/

- http://emunah-fe-dos-santos.weebly.com/uploads/1/4/2/3/14238883/14-_vaer_apareci.pdf

- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/771020/jewish/Resumo-da-Parash.htm

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