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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Estudo da Parashá Vayigásh (E aproximou-se)

 

Estudos da Torá


Parashá nº 11 – Vayigásh (E aproximou-se)

Bereshit/Gênesis Gn. 44:18 – 47:27

Haftará (separação) Ez 37:15-28 e

B’rit Hadashah (nova aliança) Mt 18:1-19:30






1 - INTRODUÇÃO

Vamos iniciar com um resumo, após a nossa leitura de parte da porção semanal. A Parashat começa com a súplica ardorosa de Yehudah ao poderoso governante egípcio, que era Yossef ainda disfarçado, pela vida de Binyamin, alegando que Yaacov certamente morreria de dor se perdesse seu filho mais jovem.

Yehudá se oferece para permanecer no Egito como escravo no lugar do irmão mais novo.

Yossef então decide revelar sua identidade a seus irmãos, perdoando-os por vendê-lo como escravo anos antes, declarando que enviá-lo ao Egito era parte do plano Divino de preparar a sobrevivência na época de escassez.

Yossef então os envia de volta para a Terra de Israel carregados de presentes pedindo que tragam Yaacov e sua família para o Egito onde viveriam na província de Goshen. Antes que Yaacov partir, D'us aparece a ele reafirmando-lhe que Ele os acompanhará e que ao final retornarão à Terra de Israel como uma grande nação.

Após vinte e dois anos de separação, Yaacov finalmente se reúne com seu amado filho Yossef, e juntos vão ao encontro do Faraó.

A parasha termina descrevendo como Yossef usou seus vastos poderes para amealhar quase toda a riqueza do Egito para o tesouro do Faraó.

Vimos anteriormente, que por causa da inveja dos irmãos e da própria incapacidade deles de conversarem com Yosef sobre seus problemas, e também, devido aos erros que Yaacov cometeu em relação à forma como conduzira a criação de seus filhos, culminou na venda dele como escravo. No entanto, tudo isto estava dentro dos planos de HaShem para a manutenção da vida do povo que se tornaria o povo hebreu, além do fato de que tudo o que a Torá nos conta ser um apontamento profético para o futuro reino do Eterno através de seus messias Yeshua. E ainda, podemos aprender, que é necessário muita conversa em nossos relacionamentos para que os problemas sejam resolvidos, como também aprendemos que Elohim é o soberano sobre todas as coisas, inclusive a história.

Nessa parashá teremos a oportunidade de aprender como o Eterno, Baruch HaShem, utiliza das situações contrárias em nossas vidas para nos aperfeiçoar e preparar para os planos dele serem cumpridos, de forma que possamos ser benção para as outras pessoas.


2 – ESTUDO DAS PALAVRAS

A Torá é um livro profético, como sempre temos falado, que nos revela os princípios, a natureza do Eterno e seus propósitos, apontando o caminho para alcançarmos o Messias e a Redenção do Eterno através dele.


...E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há no Messias Yeshua…” II Tm 3.15


O termo “Vayigásh” (E aproximou-se) no início do verso 18 nos chama a atenção para algo importante que a Torá vai começar a mostrar. Ela vai mostrar Yehudah tomando a frente de seus irmãos com muita ousadia e coragem, disponibilizando-se para ficar no lugar de seu irmão mais novo Benyamin, descortinando algo que ele não havia feito antes, mas também algo que um descendente dele (Yeshua) o faria não só por seus irmãos, mas pelos povos das nações que quiserem se achegar (versos 18-34).

Neste momento gostaria de transcrever aqui o que um midrash, um ensino rabínico, conta a respeito dessa defesa de Yehuda a Benyamim diante de Yosef.

Quando Yehudá ouviu o governante egípcio dizer: "Binyamin será meu escravo!", ele ficou com muito medo.


"Prometi a meu pai devolver-lhe Binyamin," pensou. "Tenho que cumprir minha promessa." Yehudá avançou corajosamente para o trono de Yossef.


"Ouça-me, meu senhor," gritou zangado. "Se ousares reter meu irmão aqui, puxarei minha espada! Sabes o que acontecerá então? Vai haver muita gente morta no Egito, incluindo tu e o Faraó."Yossef percebeu que Yehudá estava muito alterado. Ele poderia atacar a ele e a todos os habitantes da capital do Egito. Yossef acenou rapidamente para seu filho Menashê.


"Mostra a este homem que és tão forte quanto ele," ordenou Yossef a seu filho.

Menashê começou a dar pontapés nas paredes do palácio. Os golpes eram tão fortes que o palácio de Yossef começou a tremer!


Yehudá ficou assombrado e pensou: "Quem será este homem forte? Ele deve ser da família de Yaacov, pois não conheço ninguém que tenha força tão tremenda. É melhor não começar uma luta. Vou implorar ao governante para libertar Binyamin."


Yehudá começou com palavras gentis:


"Por favor, deixe ir nosso irmão Binyamin. Tu nos forçaste a trazê-lo. Veja, nosso pai foi contra isso, porque a sua querida esposa Rachel tinha só dois filhos e o mais velho morreu." (Yehudá ficou temeroso de dizer que Yossef ainda estava vivo, senão o governante poderia dizer, "Traga-o também.")


"Agora só resta Binyamin. Nosso pai tem tanta afeição por ele que morrerá de tristeza se Binyamin não voltar. Prometi a meu pai que levaria Binyamin de volta.


"Sou mais forte que Binyamin e mais eficiente. Por favor, fique comigo como escravo no lugar dele. Como posso suportar ver a dor de meu pai se voltarmos sem Binyamin! Tenha pena de nosso pai."


Vimos que apesar de o início da midrash não está registrado nos textos da Torá escrita, a parte do meio para o final está, o que nos leva a refletir que esse ensino é tirado da Torá oral. E nos dá um esclarecimento e uma noção maior da tensão daquele momento. Por não estudar o contexto histórico e cultural, muitos acabam se perdendo com falácias inventadas por teológos sem o entendimento verdadeiro. É por isso que sempre repetimos busquem a verdade, na Torá em conformidade com o povo para quem ela foi escrita e na cultura, pois isso trará maior compreensão. Mas tome cuidado para não se aprofundar em doutrinas de homens, só as Escrituras são a verdade.

Dando continuidade no estudo, encontramos ainda no comentário da Torá da Editora Sêfer, sobre o verso 33, que os sábios de Israel analisam este enfrentamento entre Yehudah e Yosef como uma projeção histórica da rivalidade entre o Reino de Israel (dez tribos, entre elas Efráim, filho de Yosef) e o Reino de Judá (duas tribos). O primeiro, apesar de todo seu poderio, sucumbiu em 722 a.e.c, e o segundo em 586 a.e.c. Segundo o comentário, este antagonismo era também filosófico, e as duas correntes que representavam são partes integrantes do povo judeu.

Podemos confirmar assim, através de duas fontes diferentes do povo de Israel, que essa passagem é profética, que o midrash trás muito da realidade do que estava acontecendo naquele momento e a representatividade dos personagens dentro do ponto de vista profético imediato, intermediário e futuro. No nível profético imediato tudo que estava acontecendo ali mostrava o que o Eterno permitiu acontecer a fim de que se manifestasse seu propósito na vida e nos descendentes de Yehudá, pois dali, a marca de sua vida seria a coragem e a autoridade. No nível profético intermediário, conforme vimos no mencionado comentário da Torá, o apontamento para o embate entre dois grupos descendentes de Yaakov, as dez tribos representadas por Efráim, e as duas tribos representadas por Yehudá. E por último o nível profético futuro que aponta para a época do Reino do Eterno através de Yeshua, que foi apontado por Yosef, que ouvirá seus servos clamando pela vida dos seus irmãos que não o reconheceram antes, bem como pelos remanescentes das nações.

Voltados ainda para Yosef, os sábios de Israel atestam, como já dissemos, que a história dele é um apontamento profético e que contém segredos e mistérios sobre o Messias e sobre a futura redenção de Israel. Tal paralelismo é tão evidente que na tradição judaica (talmud) um dos nomes/funções do messias é: Masshiach Bem Yosef (Messias Filho de Yosef) – O servo sofredor inicialmente rejeitado mas posteriormente exaltado a Rei e Redentor. É uma pena que apesar de terem esse entendimento, não compreendem que Yeshua é esse messias mencionado, e nós sabemos claramente porque vemos isso na Torá

Quando estudamos a Torá também como um livro profético poderemos descobrir ainda muito mais coisas a respeito do Messias. Vejamos algumas comparações entre a história de Yossef e Yeshua sobre a redenção do mundo:

- Yosef é incialmente rejeitado por seus irmãos. Yehudah vende Yosef aos Ismaelitas que o vendem aos Midianitas (Edon) por 20 ciclos de prata (Gn 37:26-28).

- Yeshua é rejeitado por parte de seus irmãos, judeus. Judas (Yehudah) vende Yeshua por 30 moedas de prata. Ele é entregue a Edom (Romanos) (Mt 26:15).

- Yosef tem a barba raspada e a roupa trocada para trazer redenção ao Egito (Gn 41:14,42).

- Yeshua também foi descaracterizado para levar os princípios de D’us à nações. Devido a essa alteração de identidade, que atualmente é muito discutida, nós e todos os não judeus do mundo inteiro, conhecem algumas verdades das Escrituras. As pessoas sabem quem foi Moisés, Davi, Elias, Gideão, Paulo, etc.

- Yosef foi benção para o Egito e para o mundo de sua época como Tsafenat Panéach (o intérprete de sonhos), e foi necessário que isso ocorresse para que houvesse redenção. Mas a redenção de seus irmãos só ocorreu quando Yosef se revelou aos seus irmãos.

- Yeshua tem sido benção para o mundo, mesmo que seja conhecido como “Jes--”, sendo o responsável por disseminar o monoteísmo (mesmo equivocado) e o D’us de Israel ao mundo. Mas a redenção de Israel só ocorrerá quando Yeshus tiver sua identidade restaurada revelando-se então a seus irmãos.

Dessa forma, até aqui, podemos analisar algumas comparações proféticas entre Yossef e Yeshua, no entanto, nesta parashá, ainda podemos ver as estratégias e os planos de HaShem para aproximar as nações a Ele e a Israel.

- Yosef entendeu que tudo o que lhe aconteceu era parte de um plano maior de D’us (45.8).


...Assim, não foram vocês que me enviaram para cá, e sim D’us; e ele fez de mim um pai para o faraó, senhor de toda a sua casa e regente de toda a terra do Egito.”


- Yeshua da mesma forma, também entendia que tudo o que lhe aconteceria era parte do plano de D’us (Jo 17.1, 18-20, 25 e 26).

Os planos do Eterno cumprem-se a cada momento desde a Torá até aos dias de hoje, mostrando-nos a sua soberania e poder. Assim como Yosef, pode ser benção para as nações ao redor do Egito, Yeshua é uma benção e redenção para as nações que se aproximam de Israel, e isso ocorre ainda mais fortemente de maneira individual, quando um indivíduo reconhece-o como seu messias.

É da vontade do Eterno que nós nos aproximemos de Israel e de sua Torá, pois dessa forma estaremos nos aproximando Dele mesmo. É interesse de Adonai que nós vivamos como povo dele, praticando a Torá e reconciliando Israel ao Messias, bem como outros povos a D’us através da mensagem verdadeira da Bessorah (evangelho). O tikum olam (mundo vindouro) com Yeshua reinando sobre a terra, depende do povo o reconhecer como Yeshua judeu, o messias de Israel. E as palavras de ansiedade proferidas por Yaacov (Israel) ao saber que Yossef estava vivo, no verso 28 do capítulo 45, estão em conformidade com o que Yeshua afirma em Lc 13:35, ao dizer que eles não o veriam mais até que clamassem: “Baruch Habá Beshem Adonay. Bendito o que vem em nome de Adonai.”



Bibliografia:


- Torá – Lei de Moisés. Editora Sefer

- Bíblia Judaica Completa, Editora Vida.

- https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/771014/jewish/Resumo-da-Parash.htm

- http://www.hebraico.pro.br/r/biblia/

- http://hebraico.top/biblia-hebraica-online-transliterada/

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